Engie deve avaliar AES Brasil, visto como 'ativo interessante', diz CEO

Divulgação Engie
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Por: Luciano Costa

São Paulo, 28/02/2024 – A Engie Brasil Energia deverá avaliar uma eventual venda da AES Brasil, disse hoje o diretor-presidente da companhia, Eduardo Sattamini, ao ser questionado sobre a potencial transação da rival, que tem sido alvo de rumores nas últimas semanas.

“Pode ser que isso se concretize. Não estou dizendo que vamos entrar ou não, fazer ou não, mas ativos de geração e de transmissão que têm bons retornos e façam sentido, agreguem para nosso portfólio, nós sempre olhamos”, disse Sattamini, em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre.

“A AES é um ativo interessante, não tenha dúvida. São boas usinas, no Sudeste do Brasil, bem posicionadas. Pode ser que dentro desse processo a gente tenha algum interesse”, afirmou ele, em resposta a um analista.

Notícias sobre a eventual venda da AES Brasil têm sido acompanhadas de perto pelos investidores minoritários da empresa, incluindo o bilionário Luiz Barsi, que detém 5% das ações, uma vez que todos acionistas teriam direito de negociar seus papéis ao mesmo valor para um eventual comprador, o chamado “tag along”.

Uma negociação, inclusive, poderia eventualmente gerar algum potencial prêmio sobre o valor atual das ações da AES Brasil, acrescentaram os analistas do JPMorgan, em visão semelhante ao call da Genial Investimentos.

A Genial citou rumores na mídia sobre potencial apetite de Engie, Equatorial e Auren pela AES Brasil, além de grupos estrangeiros. “Com uma série de nomes interesssantes interessados na aquisição, imaginamos que tal competição possa destravar um prêmio de controle”, escreveram os analistas Vitor Sousa e Israel Rodrigues.

Sem levar em consideração a potencial venda da empresa, a Genial tem preço-alvo de R$11,70 para as ON da AES, ante R$10,50 do fechamento de ontem, com recomendação “manter”. O JPMorgan está com recomendação de “venda”, com preço-alvo de R$10,50, embora reconhecendo que uma venda da empresa poderia mudar essa visão.

A AES Brasil opera hidrelétricas em São Paulo, além de parques eólicos e solares, e tem valor de mercado de R$6,3 bilhões. A Engie é bem maior, com valor de mercado de R$34 bilhões, e tem perfil semelhante, com ativos de geração renovável incluindo e linhas de transmissão.

 

(LC | Edição: Gabriel Ponte | Comentários: equipemover@tc.com.br)