Conselheiro diz que vai processar Folha de S. Paulo

Em briga por vagas no conselho da Eletrobras, Gasparino nega ter buscado apoio do governo: 'mentiras'

Em briga por vagas no conselho da Eletrobras, Gasparino nega ter buscado apoio do governo: 'mentiras'
Agência Brasil

São Paulo, 25/04/2025 – Em meio à disputa entre candidatos indicados por grandes investidores a vagas no conselho de administração da Eletrobras, um dos nomes na concorrência, Marcelo Gasparino, negou ter buscado uma composição com o governo para se eleger, conforme publicado pela Folha de S. Paulo, e disse que vai processar o jornal.

Gasparino é conselheiro e nome indicado à reeleição por investidores de peso incluindo Lírio Parisotto. A Folha, citando fontes, publicou que ele teria articulado com o dono do banco Clássico, Juca Abdalla Filho, também acionista, e com o governo, para obter mais votos. Ele nega veementemente.

Gasparino chamou de “ridícula” a alegação da reportagem da Folha, atribuída a fontes, de que ele e governo, se vitoriosos na concorrência pelo conselho, proporiam troca do CEO da companhia, Ivan Monteiro. Ele ameaçou ação judicial contra o veículo e a jornalista.

Em troca de mensagens, tornada pública por Gasparino, ele diz à reportagem da Folha, ao ser questionado sobre o suposto plano: “kkk, Ivan é o melhor CEO com quem já trabalhei”.

“A Folha de S.Paulo não ganha nada ajudando a disseminar mentiras sobre o processo eleitoral da Eletrobras”, afirmou Gasparino, em publicação no Linkedin com duras críticas ao jornal a à reportagem.

A direção da Eletrobras está sugerindo aos acionistas que aprovem uma chapa de conselheiros que incluiria Carlos Marcio Ferreira, ex-executivo da CPFL e ex-VP de Distribuição da Energisa, apoiado por investidores como SPX, Opportunity, Oceana e Navi Capital; e Pedro Batista Filho, sócio da Radar Gestora, ligada à 3G, que tem apoio de Atmos Capital, Vinci, Milestones, Radar e SPX.

Outros acionistas incluindo Lírio Parisotto estão com Gasparino, que já é conselheiro independente na Eletrobras; concorrem também o banqueiro Juca Abdalla, do Banco Clássico, ele próprio um grande acionista da empresa, e Afonso Henriques Moreira Santos, ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica no governo FHC, que tem apoio de Abdalla. Gasparino tem reclamado da postura da Eletrobras, de apoiar abertamente nomes indicados por alguns acionistas. Ele acredita que há tentativa de um grupo de acionistas de conseguir a maioria dos votos no conselho.

Também são candidatos Rachel Maia, conselheira de empresas como Vale e GPA, e envolvida em causas “ESG”; e Vicente Falconi Campos, Ana Silvia Corso Matte, Daniel Alves Ferreira, Felipe Villela Dias e Marisete Dadald Pereira, atuais membros independentes do conselho.

O governo, em acordo com a Eletrobras, em negociações para encerrar uma disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) em torno das regras da privatização, indicará três nomes: o ex-ministro de Minas e Energia, Silas Roundeau, o diretor da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, e o ex-diretor da Aneel, Nelson Hubner.

(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)