Brasília, 5/2/2025 – Os papéis da Embraer renovavam máxima recorde na sessão desta quarta-feira, após a fabricante de aeronaves divulgar pedido de jatos executivos da Flexjet avaliado em até US$7 bilhões, por cerca de 200 aviões, maior encomenda já realizada à companhia brasileira.
Por volta das 15h23, os papéis da Embraer subiam 15,35%, a R$66,45. Mais cedo, a empresa anunciou encomenda da Flexjet para 182 jatos executivos e 30 opções de compra, divulgação vista como “surpeendente” e “positiva” pelo Itaú BBA. O pedido inclui modelos Praetor 600, Praetor 500 e Phenom 300E, bem como um pacote de serviços e suporte.
Em 12 meses, os papéis da Embraer acumulam alta de 194,8% – a maior entre as companhias que compõem o Ibovespa.
O JPMorgan avaliou o anúncio como “muito positivo”, e pontuou que ele deve se refletir na trajetória das ações. “Segundo nossos cálculos, assumindo que o múltiplo de EV/backlog da Embraer continue em 0,3x (média histórica), esse pedido gera cerca de 30% de potencial valorização ante os níveis atuais”, escreveu o banco.
Segundo o JPMorgan, os pedidos firmes de 182 jatos aumentam o backlog total da Embraer em cerca de 26%, a US$28,7 bilhões. “O pedido é positivo à Embraer por apoiar o segmento de aviação executiva da companhia, o qual é um dos mais lucrativos, com uma margem EBIT de 14% nos últimos 12 meses”, complementou.
O JPMorgan detém recomendação de “compra” para os papéis ON de Embraer, e avalia que o crescimento da carteira de pedidos é “um importante pilar” para a recomendação de “compra” da companhia.
O JPMorgan também vê redução nos riscos de curto prazo de desaceleração da aviação executiva – um dos temores dos investidores – com a venda de jatos executivos, que “colabora com a qualidade do segmento de aeronaves executivas da companhia”.
O JPMorgan antevê que os jatos devem ser entregues pela Embraer à Flexjet ao longo dos próximos cinco anos, diante dos planos da companhia norte-americana de dobrar sua frota neste período.
MÚLTIPLOS
Dados da Economatica, analisados pela Mover, apontam que a Embraer negocia a um P/L de 16,2x em 12 meses, com um EV/EBITDA de 11,0x. Já o JPMorgan antevê a companhia rodando a um múltiplo EV/EBITDA esperado para 2025 de 8,3x, significativamente abaixo de pares, como Boeing e Airbus, de 38,2x e 12,4x, respectivamente. Já a Bombardier roda a múltiplo EV/EBITDA de 7,2x.
O múltiplo EV/EBITDA é uma métrica responsável por avaliar em quantos anos a geração de caixa da companhia recupera os investimentos nas ações da empresa e quita o endividamento. Quanto menor, mais atrativa a companhia está a preços de mercado. Também é uma métrica mais indicada que o P/L para comparar ações de diferentes países.