São Paulo, 1/11/2024 – A Log vive forte momento operacional, com a economia aquecida mantendo a demanda por galpões logísticos, o que começa a se refletir no balanço da empresa, disse o CEO, Sérgio Fischer, após resultados que mostraram lucro de R$97 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 100% na base anual.
O desempenho operacional da Log, medido pelo chamado EBITDA, avançou 77% ante mesmo período do ano anterior, a R$136,15 milhões, enquanto a margem EBITDA saltou mais de 80 pontos percentuais, para 240,5%, com a empresa ainda mostrando redução na alavancagem, a 1,07x ante 1,22x.
“Operacionalmente, a companhia atingiu voo de cruzeiro”, disse Fischer, que falou ao Faria Lima Journal/Mover após a divulgação do balanço. “Estamos investindo muito, com volume alto de novos negócios, o retorno nunca esteve tão alto em novos negócios. Temos conseguido vender ativos com muita qualidade, e estamos com vacância na mínima histórica.”
Para financiar um ambicioso novo ciclo de expansão, que prevê construção de 2 milhões de m² de área bruta locável de 2025 até 2028, a Log tem “reciclado” ativos, vendendo alguns galpões, em transações que somaram R$1,5 bilhão neste ano, para reinvestir em novos ativos e pagar dividendos.
“Este ano já não vai ter mais nenhuma, encerramos. Mas é normal, vamos precisar fazer novas “reciclagens” em 2025″, explicou Fischer, acrescentando que essas operações sustentarão um nível de investimento estimado para o próximo ano de cerca de R$1 bilhão.
DEMANDA E PREÇO DA AÇÃO
A piora do cenário macroeconômico, com juros voltando a subir e inflação perto do teto da meta – com a mediana de projeção para este ano na Focus já acima – não chegou a atrapalhar a demanda pelos galpões desenvolvidos pela Log, que mantém os planos de expansão, segundo o CEO.
“A demanda do nosso setor vem de dois fatores. Primeiro o e-commerce, que está crescendo demais. Amazon, Shopee, Mercado Livre, todos eles são clientes da Log em vários lugares diferentes. E outro “driver” de demanda é a migração de galpões de rua ou de baixa qualidade para galpões “classe A”. “No Brasil tem uma avenida de crescimento para fazer”.
Apesar disso, as ações da Log têm sido negociadas em patamares abaixo do que a empresa considera justo, e as operações recentes de ativos mostraram isso, disse Fischer. “Temos vendido ativos por 8% de “cap rate” e construído a 13%. Então estamos entregando uma margem bruta de 40%”, explicou.
Para ele, a ação da companhia acabou se depreciando devido ao momento negativo da bolsa brasileira, com incertezas sobreajuste fiscal e outros fatores, como as eleições norte-americanas pesando.
“A bolsa brasileira está muito barata”, afirmou ele, acrescentando que a empresa tem um programa de recompra de ações já aprovado, e pode aproveitar para fazer novas recompras se entender que as ações seguem abaixo do patamar justo.
Uma eventual melhora no cenário macroeconômico, com o governo mostrando compromisso com o arcabouço, poderia descomprimir as ações, e ainda permitir condições ainda melhores nas operações de vendas de ativos, de acordo com o executivo.