São Paulo, 25/09/2024 – A Renova Energia está muito perto de fechar um acordo com credores que deverá permitir encerrar o processo de recuperação judicial da empresa nos próximos meses, espera-se que ainda neste ano, disseram ao Faria Lima Journal/Mover** fontes com conhecimento do assunto.
Uma das pioneiras em energia eólica no Brasil, a Renova chegou a ter a Cemig como acionista, e pediu RJ em 2019 com uma dívida de mais de R$3 bilhões. A dívida atual é de cerca de R$1,3 bilhão, de acordo com uma das fontes, que falaram sob condição de anonimato.
O potencial acordo, via aditivo contratual com os bancos credores que envolveria alongamento de vencimentos, está pré-alinhado com a maior parte dos envolvidos, e também prevê a conversão em ações de parte da dívida, recém-comprada por um fundo de investimentos, o que deve aliviar o endividamento da Renova a cerca de R$800 milhões, reduzindo a alavancagem para patamares saudáveis, explicou a fonte.
Espera-se que esse aditivo possa ser assinado nas próximas semanas, e a saída da recuperação judicial poderia ser homologada cerca de um mês depois disso, segundo uma pessoa que acompanha o processo.
No aditivo contratual em negociação com os bancos, a Renova ainda se comprometerá a vender cerca de um terço de sua carteira de 9 gigawatts em projetos eólicos e solares para levantar recursos novos, e já há inclusive propostas na mesa pelos ativos, de acordo com as fontes.
A Renova também está perto de acordo para encerrar uma disputa com a Casa dos Ventos sobre áreas para implementação de projetos eólicos, em que as companhias cederão terrenos arrendados uma à outra, e a Renova ainda deverá receber uma compensação em dinheiro, de cerca de R$40 milhões, disse a fonte.
Com o fim da RJ, que hoje atrapalha a assinatura de contratos, e com entrada em caixa de novos recursos, a Renova planeja voltar a fechar negócios, e já tem conversas avançadas com potenciais clientes para investir em usinas solares na área de seu complexo eólico Alto Sertão III, na Bahia, de acordo com as fontes.
Procurada, a Renova não respondeu de imediato a pedidos de comentários. A companhia é controlada atualmente pela gestora Angra Partners, que tem mais de 60% das ações ordinárias, e pelo sócio fundador Renato do Amaral. Os principais bancos credores eram originalmente BNDES, Itaú, Bradesco, Citi e ABC Brasil.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)
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