Em entrevista à TC News

Alupar estuda leilões de novos projetos no Brasil, Peru, Chile e Colômbia, diz executivo

Alupar estuda leilões de novos projetos no Brasil, Peru, Chile e Colômbia, diz executivo

Por: Luciano Costa, Vinicius Custodio e Duda Lopes

São Paulo, 14/06/2024 – A elétrica Alupar está investindo R$1,5 bilhão em projetos de energia no exterior, valor que poderá aumentar em breve, com a empresa estudando novas oportunidades em licitações em diversos países, disse à TC News o superintendente de Relações com Investidores, Luiz Coimbra.

“Até o final do ano temos mais alguns leilões no Peru, no Chile e na Colômbia. Tem aqui no Brasil também, e estamos olhando todos”, disse Coimbra, que participou do programa Almoço de Negócios na TC News.

A estratégia de internacionalização da Alupar começou em 2005, no Chile, e foi retomada mais recentemente em meio a um período de forte competição nos leilões de novos projetos de transmissão de energia no Brasil, que derrubou retornos para as empresas do setor.

Até 2027, os projetos hoje em construção na América Latina estarão todos em operação, rendendo uma receita anual de cerca de R$200 milhões, e com retorno na casa dos dois dígitos, acima dos vistos no mercado doméstico, disse Coimbra.

“Com todos esses ativos, cerca de 10% da receita será atrelada ao dólar. E é sempre bom ter uma parte do faturamento em moeda forte”, afirmou. Além disso, as concessões no Chile são perpétuas, diferentemente do Brasil, o que também agrega valor à empresa, segundo o executivo.

Os maiores projetos no exterior atualmente em avaliação são no Peru, com dois lotes que demandariam investimento de cerca de US$650 milhões, disse Coimbra.

DIVIDENDO, ALAVANCAGEM

Embora esteja entrando em novo ciclo de investimentos no Brasil e no exterior, com CAPEX de mais de R$5 bilhões nos próximos anos, a Alupar não tem planos de mudar a política de dividendos, que hoje prevê distribuição de no mínimo 50% do lucro regulatório.

A alavancagem da Alupar encerrou o segundo trimestre em 3,3 vezes, e a empresa possui algumas dívidas que limitariam o indicador a 3,5x ou 4,5x.

“Estamos trabalhando com os credores para tentar trazer todos esses ´covenants´ para 4,5x, para ter um pouco mais de espaço. Mas os novos projetos têm um prazo para construção, a alavancagem vem vindo gradualmente. E por outro lado projetos que entram em operação vão desalavancando”, explicou Coimbra. ” Então eu diria que por mais que tenhamos um pico agora com esses projetos, ainda estamos num patamar confortável”.

(LC + VC + DL | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)