São Paulo, 22/3/2024 – Os analistas do Goldman Sachs sugeriram montagem de posição de venda em ações de companhias estatais, e de compra em pares do setor privado, na esteira dos recentes movimentos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de contínua tentativa de interferência em empresas públicas locais, de acordo com relatório divulgado nesta sexta-feira a clientes.
“O aumento da intervenção governamental nas empresas estatais brasileiras concentrou a atenção em um potencial prêmio político para as ações e crédito brasileiros. Descobrimos que o Brasil está negociando em linha com os mercados emergentes sobre uma perspectiva de ativos cruzados”, disseram os analistas Jolene Zhong e Nathan Fabius em relatório.
De acordo com cálculos do banco americano, as empresas estatais brasileiras também estão negociando atualmente a múltiplos historicamente mais altos do que seus pares privados, o que pode denotar uma potencial valorização para as companhias privadas sob ótica de abordagem de alocação de recursos por operadores.
Com isso, o Goldman recomendou para seus clientes uma operação “long-short”, na qual os operadores devem se posicionar comprados em empresas do setor privado que tendem a se beneficiar do atual ciclo de cortes de juros, e vendidos em empresas estatais, com uma meta de ganhos de 28% e um stop de -14%.
A montagem recomendada caracteriza-se como uma operação com risco-retorno na casa de 2 para 1.
O relatório do Goldman vem após preocupações geradas por movimentos de Lula para emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega ou outro nome de confiança no comando da Vale, que embora privada tem participação do fundo de pensão Previ; e depois de o presidente da República ter determinado aos conselheiros indicados pelo governo na Petrobras que votassem pela retenção de potenciais dividendos extraordinários da estatal.
(LB + GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)