São Paulo, 20/03/2024 – A conta de luz dos brasileiros pode ficar mais cara nos próximos meses, com impacto de chuvas mais fracas na região das hidrelétricas, principal fonte de energia do país, aponta estudo de uma consultoria para a Mover.
Desde abril de 2022 a tarifa de energia está sob a chamada bandeira verde, que não gera custos adicionais, o que ajudou a conter pressões inflacionárias nos últimos anos.
Mas com o chamado período úmido que vai até abril mostrando volumes fracos, e sem previsão de grandes precipitações à frente, o cenário-base hoje é de bandeira amarela em julho e agosto, segundo projeções da Esfera Energia.
“O começo do ano veio com reservatórios muito cheios, mas janeiro e fevereiro foram muito ruins, janeiro foi o pior do histórico e fevereiro foi muito ruim. E hoje projeções indicam que abril pode ser o pior do histórico também”, disse o líder de inteligência de mercado da Esfera, Daniel Ito.
“Ainda tem uma certa incerteza. Se bobear, no auge do período seco pode ser que tenhamos uma bandeira vermelha patamar 1. De julho a setembro, temos grandes chances de bandeira amarela”, acrescentou o especialista.
HIDRELÉTRICAS NO FOCO
As chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste ficaram em 56% da média histórica em dezembro, 54% em janeiro, 60% em fevereiro, e 62% até o momento em março, segundo dados diários da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O quadro confortável do início do ano ainda deve permitir que os reservatórios do Sudeste cheguem ao próximo período de chuvas, em novembro, em torno de 40%, abaixo das melhores marcas, mas bem acima dos piores registros, sem riscos de racionamento, segundo a Esfera.
Mas, a depender do nível de esvaziamento dos lagos das hidrelétricas, o governo pode decidir, por meio do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, pelo acionamento de usinas termelétricas como medida de precaução, o que poderia colocar uma pressão adicional sobre as tarifas, elevando chances de bandeiras tarifárias, explicou Ito.
Quando acionada, a bandeira amarela gera um custo adicional de R$18,85 por MWh na conta de luz. A bandeira vermelha eleva custos em R$44,63/MWH no patamar 1, e R$78,77/MWh no patamar 2.
(LB | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)