Por: Eduardo Puccioni
O volume de serviços no Brasil mostrou força em fevereiro e cresceu acima das expectativas do mercado, corroborando a preocupação sobre resiliência da inflação do setor, um vetor visto por economistas como empecilho para o Banco Central (BC) iniciar o corte na taxa básica de juros (Selic).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBGE), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) teve alta de 1,1% em fevereiro na comparação com janeiro, ante o consenso de avanço de 0,5%. No comparativo anual, os serviços cresceram 5,4%, também acima do esperado pelo mercado, de avanço de 5%. No acumulado dos 12 meses apresentou alta de 7,8%.
“Os serviços de tecnologia da informação e o setor de transportes continuam ditando o ritmo dos serviços no país. Os segmentos mais dinâmicos seguem apresentando bom desempenho, enquanto aqueles mais afetados pela pandemia, principalmente as atividades presenciais, já superaram o longo distanciamento que tinham do período pré-pandemia”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
O setor de transportes foi o destaque no resultado de fevereiro, sendo responsável pelo maior impacto positivo ao registrar crescimento de 2,3%. “O transporte rodoviário de cargas, que é o principal modal por onde se deslocam as mercadorias nas estradas brasileiras, segue sendo beneficiado pela demanda crescente vinda do agronegócio, do comércio eletrônico e, em menor escala, do setor industrial, notadamente dos bens de capital e dos bens intermediários, que operam acima do nível pré-pandemia”, esclarece Lobo.
Também se destacaram positivamente em fevereiro os serviços de informação e comunicação (1,6%) e os outros serviços (0,7%). O primeiro teve um ganho acumulado de 2,4% nos dois primeiros meses do ano, enquanto o segundo, após registrar forte retração em janeiro (-8,6%), voltou a crescer.