Volume de crédito soma R$5,3 tri em fevereiro, alta anual de 12,6%, diz BC

Resultado se deve “principalmente à alta dos títulos de dívida pública e à elevação dos empréstimos externos", segundo o BC

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Por: Eduardo Puccioni e Patrícia Lara

O volume de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em R$5,3 trilhões em fevereiro, uma ligeira queda de 0,1% se comparado com o mês anterior, mas uma forte alta de 12,6% se comparado com fevereiro de 2022, segundo dados do Banco Central (BC).

Já o saldo do crédito ampliado do setor financeiro ficou em R$14,9 trilhões em fevereiro, um crescimento de 0,9% se comparado com o mês anterior. De acordo com o BC, o resultado se deve “principalmente à alta dos títulos de dívida pública, 1,4%, bem como à elevação dos empréstimos externos, 2,3%, impactada pela depreciação cambial de 2,1%”, explicou.

No comparativo anual, o saldo do crédito ampliado apresentou crescimento de 9,0%. No caso da inadimplência, nas operações com recursos livres, o indicador se manteve em 4,5% em fevereiro, enquanto a inadimplência da carteira de crédito do SFN atingiu 3,3%, ligeiro crescimento de 0,1 ponto percentual no mês de 0,8 pp no ano.

Empresas

Já o volume de crédito com recursos livres para empresas totalizou R$1,3 trilhão em fevereiro, o que representou uma redução de 1,2% no mês e incremento de 4,9% em doze meses.

O estoque das linhas de desconto de duplicatas, que seriam as mais influenciadas pelas operações risco do sacado — pivô das dificuldades que levaram a rede varejista Americanas a pedir recuperação judicial – recuou 7,7%. O volume de antecipação de faturas de cartão de crédito caiu 5,9% e o de capital de giro total diminuiu 1,3%.

No relatório de crédito divulgado nesta manhã, o BC informou ainda que, nas séries com ajuste sazonal, o fluxo de novas contratações diminuiu 2,2% no mês, evidenciando retração de 4,4% para pessoas jurídicas. Para as pessoas físicas, houve movimento contrário, com elevação de 0,8%.

Na véspera, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC avaliou em ata do seu último encontro que notou aperto adicional nas condições para concessão de crédito em algumas modalidades. Alguns membros avaliaram que tal movimento está em linha com o esperado, considerando a elevação de juros empreendida até meados do segundo semestre de 2022.