Por Artur Horta
A Vale espera mais do que triplicar sua capacidade de extração de minério de ferro de alta qualidade nos próximos anos, no intuito de capturar prêmios de até US$125,00 por tonelada do ingrediente siderúrgico mais refinado.
A capacidade de aglomerados de alta qualidade da segunda maior produtora de minério de ferro do mundo deve alcançar cerca de 100 milhões de toneladas a partir de 2030, ante 32 milhões de toneladas extraídas no ano passado, aponta uma apresentação da Vale para conferência organizada pela empresa canadense BMO Capital Markets.
A Vale estima que, até 2030, o teor médio de ferro no minério deve sair de 62,2% para 64%, enquanto o prêmio ante a matéria-prima de baixo teor ferroso deve subir de US$7,00 por tonelada para o intervalo entre US$18,00 e US$25,00 por tonelada. Já para o chamado Aglomerado RD, com teor de 68%, os prêmios podem ficar entre US$100 e US$125 por tonelada. O aumento pode contribuir com até US$10 bilhões anuais no lucro operacional da mineradora.
Na apresentação, a Vale explica que “a siderurgia está explorando alternativas para reduzir emissões, que irão demandar minério de ferro de alta qualidade”. A mineradora também prevê que a demanda de aço cresça de forma constante nos próximos anos, para suportar a gradual urbanização na China e outras economias emergentes, bem como o incentivo à agenda global de descarbonização.
A Vale também acredita que a oferta da commodity seguirá restrita devido à exaustão das minas operantes, maiores barreiras ambientais para processos de licenciamento e uma maior diligência por empresas do setor para fazer investimentos.