Taxação das apostas esportivas deve gerar R$2 bi de arrecadação em 2024, diz Haddad

Haddad disse que não antecipará a reforma tributária sobre patrimônio e renda

Reuters News Brasil
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Por Reuters

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que a proposta que será enviada pelo governo ao Congresso para regulamentar e taxar apostas esportivas deve gerar uma arrecadação de aproximadamente 2 bilhões de reais em 2024.

Estimativas anteriores da pasta apontavam para ganhos de até 12 bilhões de reais ao ano com a medida.

Em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro, Haddad voltou a criticar o nível dos juros no país, argumentando que o governo paga 10% ao ano de juros reais e que “o país não aguenta mais”.

Haddad disse também que não irá antecipar a reforma tributária que incidirá sobre o patrimônio e a renda, porque não quer “atropelar” a tramitação da reforma que incide sobre o consumo em andamento no Senado.

O chefe da Fazenda disse, mais uma vez, que agirá “com cautela” porque, diferentemente da reforma sobre o consumo — que foi mais “palatável” e teve anos de discussão — a reforma sobre a renda ainda é um debate que precisa de amadurecimento.

“Ninguém está pensando em ajuste fiscal sobre a reforma do consumo e da renda”, afirmou, pontuando que o ajuste fiscal está sendo feito pelo governo por meio do corte de penduricalhos.

A fala de Haddad ocorreu no Rio de Janeiro, em uma reunião para o lançamento da agenda de reformas financeiras do governo, cujo objetivo é promover aprimoramentos regulatórios e aumentar a eficiência nos mercados financeiros, de capitais, seguros e resseguros, além de capitalização e previdência complementar.

No evento, o ministro destacou as medidas que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem trabalhado para impulsionar a atividade econômica, como a tramitação do marco das garantias, que terá impacto no setor de crédito, e o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil, e defendeu uma agenda econômica reformista.

“Queremos fazer a agenda de reformas avançar”, disse Haddad, acrescentando que a agenda microeconômica permite que o “carro ande mais rápido do que os pares”.

A ideia da agenda de hoje, segundo o secretário de Reformas Econômicas da Fazenda, Marcos Pinto, que também participou do evento, é de que as pautas recebidas pela Fazenda sejam debatidas com os setores envolvidos até o final deste ano e sejam apresentadas ao Congresso para andamento no início de 2024.

BANCO CENTRAL

O diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso, que também participou da reunião inaugural da Fazenda, defendeu que é preciso fazer um link maior entre o setor bancário, o mercado de capitais e a área de funding.

Segundo Damaso, as fontes tradicionais não são capazes de acompanhar a pujança de segmentos como o agronegócio e o setor imobiliário. “Precisamos dar previsibilidade e fazer o seguro rural crescer”, disse. “No agronegócio, só pelo mercado de capitais, a gente vai dar um impulso maior”, destacou.

(A partir do terceiro parágrafo, o texto pertence a Agência TC Mover)