Por Bruno Andrade
O Santander (SANB11) apresentou resultado fraco no primeiro trimestre de 2023, disseram analistas da XP Investimentos em relatório divulgado nesta terça-feira (25). O banco divulgou lucro líquido recorrente de R$ 2,1 bilhões, 4% abaixo da expectativa da corretora.
“O resultado pior do que o esperado se deveu em grande parte ao aumento das provisões. O número foi afetado negativamente pela piora da dinâmica de inadimplência de indivíduos”, afirmaram Bernardo Gutmann e Matheus Guimarães, que assinam o relatório.
A inadimplência dos clientes do Santander subiu 0,9 ponto percentual, para 3,2%. Sendo assim, a rentabilidade do banco, medida pelo Retorno Sobre o Patrimônio Médio (ROEA), recuou 5,4 pontos percentuais na comparação trimestral, para 10,6%.
Nem tudo foi ruim para o Santander
Ainda assim, os analistas enxergam que o Santander apresentou algumas melhorias que devem ajudá-lo no longo prazo, como o crescimento de 9,9% da carteira de crédito.
“Presumimos que o desempenho no segmento corporativo foi impulsionado pelas oportunidades criadas pelo estresse nos mercados de dívida. Isso levou a um aumento no NII com os clientes”, explicaram Guttman e Guimarães.
Já o analista do TC Matrix, Carlos Vieira, comenta que dentro da carteira de crédito do banco, existe um segmento que trouxe e que deve continuar trazendo bons números para a instituição, os clientes PJ.
“Temos uma visão construtiva quanto ao avanço da carteira PJ do Santander visto que, em um momento de juros elevados e maior incerteza macroeconômica, o crédito PJ torna-se mais resiliente”, afirmou Vieira.
Mesmo com esses pontos positivos, os analistas da XP e do TC Matrix continuam receosos com a companhia, principalmente por causa do cenário macroeconômico desafiador com a alta da inadimplência.
O TC Matrix não acredita que a ação possa se valorizar até o final de 2023, por isso, a recomendação para o papel é neutra. O especialista calcula um preço-alvo de R$ 25, uma potencial queda de 6,4% na comparação com o fechamento de segunda-feira (24).
“O Santander se encaixa em uma estratégia de dividendos, sendo esperados pagamentos elevados após a evolução dos seus resultados”, afirmou Vieira. Sendo assim, o ativo não é recomendado para investidores que buscam valorização do ativo no curto prazo e médio prazo.
Já a XP, mantém o mesmo tom, de cautela e cuidado. A recomendação da corretora é neutra, com um preço-alvo de R$ 34, alta de 27,3%.