Queda dos juros futuros sinaliza expectativa de corte da Selic em maio, apontam economistas

Um arcabouço fiscal crível e no tempo previsto facilita para os juros começarem a cair, diz economista

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Por: Fabricio Julião

A queda das taxas DI nesta quarta-feira representa uma expectativa de que o declínio da Selic possa começar em maio, disseram analistas ao Mover.

Todas as taxas de juros futuros apresentavam queda de mais de 1% nesta tarde. Às 12h45, as curvas de DI para janeiro de 2025 caíam 1,86%, indo a 12,38%, enquanto as curvas de DI para janeiro de 2027 recuavam 1,77%, a 12,78%.

“As expectativas foram criadas e os cenários de queda estabelecidos com base nas notícias de hoje, mas tudo pode mudar. De fato, se um arcabouço fiscal crível for entregue no tempo previsto, o Banco Central ganha um aliado e isso facilita para os juros começarem a cair”, afirmou o economista-chefe da Órama, Alexandre Espírito Santo, ao Mover.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, reforçou nesta quarta-feira que a nova regra fiscal vai ser apresentada em março, conforme já anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“O arcabouço tem que ser crível, até porque o Congresso não pode fazer muitas modificações no modelo que será estabelecido. Isso seria muito ruim, pois ocasionaria um desgaste na discussão pela melhora do fiscal”, destacou Espírito Santo, que disse trabalhar com uma queda de 25 pontos-base na Selic em maio.

As próximas reuniões do Copom ocorrerão nos dias 21 e 22 de março. A expectativa do mercado é que a Selic permaneça inalterada em 13,75% ao ano, mas o comunicado do Banco Central é aguardado com atenção pelo mercado, pois pode sinalizar a direção das reuniões de 2 e 3 de maio.

“Para a próxima reunião, a grande expectativa recai sobre o comunicado, em como o Copom vai avaliar o balanço de risco para a inflação”, pontuou Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, à TC Rádio.

“O arcabouço fiscal era um dos principais riscos altistas para a inflação e também um dos riscos que desancoram as expectativas futuras, mas outra grande novidade da próxima reunião do Copom será saber como o Banco Central está vendo a evolução do mercado de crédito no Brasil”, completou a economista.