Queda do petróleo e câmbio abrem espaço para Petrobras reduzir preços

A gasolina da Petrobras era vendida no Brasil nesta segunda-feira com cerca de 10% de ágio em relação à chamada paridade de importação

Agência Brasil
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Por: Luciano Costa

A queda dos preços do petróleo nas últimas semanas está abrindo espaço para que a Petrobras reduza o valor dos combustíveis em suas refinarias, principalmente se o câmbio mantiver tendência favorável, segundo relatórios que acompanham o mercado internacional e um consultor.

A gasolina da Petrobras era vendida no Brasil nesta segunda-feira com cerca de 10% de ágio em relação à chamada paridade de importação, que a estatal diz seguir para fixar as cotações do produto, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, (Abicom), enquanto o diesel viu o ágio subir para 18%.

Os preços no Brasil ficaram maiores que no exterior a partir do final de janeiro, segundo a Abicom, que vê o ágio do diesel no maior nível desde meados de agosto.

“Se essa janela permanecer e a companhia mantiver o PPI como política de preços, provavelmente podemos ter reajustes”, disse o sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pedro Rodrigues, acrescentando que o recuo no petróleo e no dólar nas últimas semanas trouxe cenário mais favorável.

Segundo os cálculos do CBIE, o diesel era negociado hoje com ágio de 14,14% no Brasil frente à referência internacional, enquanto a gasolina estava 8,86% acima dos valores externos.

O petróleo recuou forte na sexta-feira, após dados de desemprego abaixo do esperado nos Estados Unidos, que aumentaram as expectativas de um maior incremento das taxas de juros do país, “pressionando negativamente as cotações de commodities e outros ativos monetários”, explicou o CBIE.

O último reajuste da Petrobras no diesel ocorreu há 61 dias, com redução de 8,16% nos preços; na gasolina, o último movimento foi em 25 de janeiro, com alta de 7,47%.

Após o aumento da gasolina, a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, disse que a decisão não teve influência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pois teria sido tomada por gestores nomeados antes, ainda durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).