Produção industrial no Brasil recua em fevereiro, no terceiro mês seguido de queda

Resultado fica 2,6% abaixo do patamar pré-pandemia

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Por: Eduardo Puccioni

O setor industrial brasileiro apresentou retração em fevereiro ante janeiro ligeiramente pior que o esperado pelo mercado, acumulando o terceiro recuo seguido, com resultado 2,6% abaixo do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Se comparado com o recorde histórico, alcançado em maio de 2011, a indústria brasileira está 19% abaixo.

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor industrial apresentou variação negativa de 0,2% em fevereiro ante janeiro, com consenso apontando para um recuo de 0,1%. Na comparação anual, a produção teve retração de 2,4%, ante expectativa de queda de 1,9%.

“Embora a produção industrial tenha mostrado alguma melhora no fim do ano passado, este início de 2023 apresenta perda na produção, permanecendo longe de recuperar as perdas do passado recente”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.

Entre as 25 atividades pesquisadas na PIM, nove apresentaram recuo. Entre as mais influentes estão os ramos de produtos alimentícios (-1,1%), de produtos químicos (-1,8%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%).

“Entre os alimentos, alguns dos destaques negativos vieram da menor produção de carnes de bovinos, aves e suínos, sucos e derivados da soja. A queda observada na produção de carne bovina teve a influência da suspensão das exportações para a China por conta do mal da vaca louca no final do mês de fevereiro”, afirmou Macedo.

Já entre as 16 atividades com alta na produção, destaque para indústrias extrativas (4,6%), que intensificou a expansão de janeiro (3,4%). Também registraram avanços os setores de bebidas (3,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,5%).

Na comparação com fevereiro de 2022, a queda na produção foi disseminada e atingiu 17 dos 25 ramos. As influências negativas mais importantes vieram de produtos químicos (-8,0%), produtos alimentícios (-3,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,1%) e máquinas e equipamentos (-9,0%).