Pressão sobre a inflação até 2026 aumenta com sinais de expansão fiscal do governo

O Goldman Sachs publicou um relatório nesta quarta-feira corroborando a visão do mercado de que os Serviços continuam pressionando a inflação no Brasil

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Por: Fabrício Julião

O Goldman Sachs acredita que efeitos da política macroeconômica do governo atual, principalmente referentes à expansão fiscal e do crédito, impulsionarão as expectativas inflacionárias para cima nos próximos quatro anos.

O banco publicou um relatório nesta quarta-feira corroborando a visão do mercado de que os Serviços continuam pressionando a inflação no Brasil. A publicação tem como base a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador, considerado a prévia oficial da inflação, variou 0,57% em abril, abaixo do TC Consenso de 0,60%. O dado reflete uma desaceleração em comparação com o mês anterior, que foi de 0,69%. Ainda assim, os núcleos de inflação continuam pressionados, principalmente referentes aos Serviços, em mostrar sinais de alívio.

“A dinâmica da inflação subjacente entre bens e serviços cujos preços estão flutuando livremente é desafiadora”, aponta o economista-chefe do Goldman Sachs para o Brasil, Alberto Ramos .

Ramos também chama a atenção para os impactos das políticas antecipadas pela equipe econômica. Entre elas está o texto do arcabouço fiscal, que prevê aumento nos gastos públicos de acordo com as metas primárias, estipulando um piso de crescimento anual das despesas de 0,6% acordo com o Produto Interno Bruto (PIB).

Além disso, o Goldman também cita a disposição do governo em alterar as metas de inflação dos próximos anos, o que deve ser discutido na reunião de junho do Conselho Monetário Nacional (CMN). “Isso deve acomodar a inflação em um nível mais elevado”.