Preços ao produtor voltam a ter deflação após interrupção de ciclo em janeiro

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve deflação de 0,30% na comparação de fevereiro com janeiro, o consenso apontava para uma deflação de 0,30%

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Por: Eduardo Puccioni

O índice de preços ao produtor no Brasil voltou a apresentar deflação em fevereiro em linha com o consenso, após uma interrupção no mês anterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fevereiro teve a terceira menor taxa para este mês desde o início da série histórica, em 2014.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve deflação de 0,30% na comparação de fevereiro com janeiro, o consenso apontava para uma deflação de 0,30%. Com isso, o acumulado de 12 meses apresentou inflação de 1,38%, ligeiramente abaixo dos 1,40% esperados pelos analistas.

Com o resultado de fevereiro, os preços ao produtor retomam o ciclo de queda, que vinha de cinco meses seguidos de deflação até uma interrupção no mês de janeiro, quando apresentou inflação de 0,29% ante dezembro.

Em fevereiro, três dos setores de maior peso no índice tiveram redução de preços. O IBGE explica que resultado reflete, principalmente, a deflação no segmento de outros produtos químicos, atividade responsável por -0,21 ponto percentual de influência na variação de -0,30% da indústria geral.

Outras duas atividades que também sobressaíram foram refino de petróleo e biocombustíveis, (-0,20 pp de influência) e alimentos (-0,18 pp).

“A indústria química tem o maior impacto negativo muito por conta da queda de preços de produtos utilizados na lavoura: adubos e fertilizantes e os fungicidas. Isso se deve à redução da demanda e à estabilização de preços após as altas provocadas pela guerra da Ucrânia. O Brasil importa muito e segue os preços internacionais. Outro fator é que o real está apreciado em relação ao dólar”, explicou o gerente do IPP, Alexandre Brandão.