Por Artur Horta e Machado da Costa
Passado pouco mais de um ano desde que a Marfrig (MRFG3) assumiu o controle da BRF (BRFS3) e nomeou seu ex-CEO para comandar a companhia, o frigorífico de Marcos Molina ainda busca melhorar a operação, sem qualquer interesse do executivo neste momento de fazer uma especulada fusão entre as empresas, disse à Mover uma fonte próxima ao empresário.
Segundo esta pessoa, que falou sob condição de anonimato, a Marfrig está focada no desenvolvimento de suas marcas e nos processos industriais, onde consegue margens mais altas. Por isso, inclusive, decidiu vender 16 plantas de abate de bovinos e ovinos – onde estão os primeiros processos de produção – no exterior para a Minerva por R$7,5 bilhões no final do mês passado.
Em agosto de 2022, Miguel Gularte deixou o cargo de CEO da Marfrig para assumir o comando da BRF – maior exportadora de carne de frango e suína do país, que vinha de uma sequência de resultados fracos e perdendo espaço para concorrentes como a Seara, da JBS.
Atualmente, a BRF continua em busca de um “turnaround”. “A reestruturação está sendo feita”, avaliou a fonte. Embora ainda não tenha encontrado o caminho da rentabilidade, a BRF ganhou R$1,2 bilhão com o plano de eficiência implementado pela administração da Marfrig, em uma iniciativa que melhorou os índices de mortalidade de animais, a produtividade da indústria e o serviço logístico.
A fonte afirmou que Molina acredita que as companhias vão se valorizar, mas que não há necessidade de uma fusão. Se uma eventual combinação dos negócios fizer sentido, “será mais à frente”, disse.
Antes de trabalhar uma eventual fusão, Molina também precisa digerir cerca de R$15 bilhões que fez em transações com ações nos últimos dois meses, incluindo ofertas de ações da Marfrig, da BRF e a transação com a Minerva.
O empresário, inclusive, pode elevar sua participação na Marfrig de 53,9% para 59,9% ao final do último follow-on lançado, mediante um aporte de até R$1,5 bilhão.
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