Por Reuters
A Petrobras (PETR4) manterá previsão de investimentos significativos na Margem Equatorial no próximo plano estratégico para o período de 2024 a 2028, apesar de negativa do Ibama para a perfuração de poço na Foz do Rio Amazonas, no Amapá, disse nesta quarta-feira (19) o diretor executivo de Exploração e Produção, Joelson Mendes.
A Margem Equatorial, que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, é considerada pela petroleira a última fronteira exploratória do Brasil, com enorme potencial para novas descobertas, mas com enormes desafios socioambientais.
Mendes pontuou que a Petrobras prevê que a curva de produção do pré-sal atinja seu pico até 2032 e que a empresa precisa avançar para novas áreas exploratórias.
“Está no nosso plano estratégico 23/27, com certeza vai constar também no próximo, um investimento significativo na Margem Equatorial. Hoje, o que consta são 3 bilhões de dólares para fazer 16 poços no horizonte de cinco anos, começando no Amapá (na Foz do Amazonas), depois em Pitu (na Bacia de Potiguar)”, disse Mendes, ao participar de café da manhã com jornalistas.
Após negativa do Ibama para perfuração na Foz, a Petrobras entrou com um recurso e aguarda a resposta.
Segundo o diretor, a empresa enviou na semana passada novo ofício ao órgão ambiental federal, onde assinalou que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) por unanimidade considerou não ser necessária uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para áreas que já foram a leilão. A não realização desse estudo foi colocada pelo Ibama como um dos principais pontos para recusar a licença.
ATIVOS EXPLORATÓRIOS
A empresa também avalia investimentos exploratórios em outros países, como Guiana, Suriname e países da Costa Oeste Africana, segundo Mendes. O executivo afirmou que a Petrobras prevê perfurar dois poços na Colômbia no próximo ano, para confirmar a extensão de importante descoberta realizada naquele país, onde acredita que poderá ser possível iniciar produção de gás natural em cinco anos.
“A gente está muito otimista que venha inclusive a ter descobertas maiores (na Colômbia) que nos proporcione fazer GNL (gás natural liquefeito) e trazer para o Brasil”, disse Mendes.
Também há planos exploratórios em curso no Brasil, onde a empresa também tem em seus planos a perfuração em áreas vencidas em leilões do pré-sal.
CONTRATAÇÕES NAVAIS
Durante o encontro com jornalistas, o diretor executivo de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Carlos Travassos, também comentou sobre perspectivas para cerca de 15 novos contratos, que contribuirão com a retomada da indústria local, incluindo estaleiros.
Segundo o diretor, o país “está diante de nova oportunidade” para a indústria naval e que quando se olha a necessidade de construção no país, considerando o percentual de conteúdo local já posto, a demanda atende a capacidade.
“Nosso procedimento no que diz respeito a utilização das empresas nacionais, a gente está sim chamando as empresas para conversar… mas isso não significa nenhuma flexibilização do ponto de vista de governança, a gente segue exatamente os mesmos critérios que vem sendo seguidos até aqui para a habilitação dessas empresas para transacionar com a Petrobras”, disse Travassos.