NY oscila enquanto Ibovespa, dólar e DIs caem com veto à desoneração da folha de pagamentos

Veto à desoneração da folha de pagamentos afeta as negociações

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Por: Luca Boni e Fabricio Julião

Os principais índices acionários de Wall Street operavam sem direção definida, na volta do feriado de Ações de Graças, e em um dia mais curto de negociações nos Estados Unidos, com investidores reagindo à divulgação de indicadores da atividade econômica.

Perto das 12h10, o Dow Jones e o S&P500 avançavam 0,28% e 0,05%, respectivamente. Já o Nasdaq 100 recuava 0,21%. Os índices caminham para encerrar a semana com ganhos pela quarta vez consecutiva.

No mesmo horário, os títulos do Tesouro americano de dez e de dois anos subiam 6,0 pontos-base e 3,4 pbs, a 4,476% e 4,944%, respectivamente.

Os índices de Energia (XLE) e o de Materiais Básicos (XLB) avançavam 0,80% e 0,63%, respectivamente, e eram os destaques positivos entre os setoriais do S&P.

A expectativa é de liquidez reduzida na sessão, já que os mercados americanos fecham mais cedo, às 15h de Brasília, em decorrência da Black Friday.

Há pouco, a S&P Global divulgou que os Índices de Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) de novembro atingiram 50,8 em Serviços, 49,4 no Industrial, e 50,7 no Composto. Vale lembrar que o nível acima de 50 indica a expansão da economia.

IBOVESPA

O Ibovespa seguia em queda, em dia de baixa liquidez por conta do fechamento antecipado dos mercados americanos. No Brasil, investidores digerem o plano de investimentos da Petrobras, o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, e a coletiva de imprensa convocada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), hoje pela manhã.

Perto das 12h10, o Ibovespa caía 0,48%, aos 125.965 pontos. O índice caminha para registrar a quinta semana consecutiva de alta. Caso esse ritmo seja mantido, o volume deve chegar a R$11,6 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

Entre as ações, os destaques negativos em pontos eram das ON da Vale (VALE3), da Eletrobras (ELET3) e as da Ambev (ABEV3), que recuavam 0,48%, 1,45% e 1,25%, respectivamente.

As maiores quedas percentuais eram das ON da Magazine Luiza (MGLU3), da IRB Brasil (IRBR3) e do Grupo Soma (SOMA3), que perdiam 4,61%, 3,77% e 3,23%, nesta ordem.

Em uma sessão predominantemente negativa para as ações do Ibovespa, poucos ativos operavam no campo positivo, com destaque para as ON e PN da Petrobras (PETR3, PETR4) e as ON da BRF (BRFS3), que avançavam 0,79%, 0,82% e 0,12%, na sequência.

Investidores reagem ao anúncio do plano de negócios da Petrobras para o quinquênio de 2024 a 2028, que contempla investimentos de US$102 bilhões. Neste início de tarde, a estatal promove uma coletiva de imprensa para detalhar o plano de negócios.

Segundo analistas do TC Matrix, a geração de caixa da Petrobras tem capacidade de suportar o plano de investimentos da companhia e ainda pagar dividendos de R$43 bilhões em 2024.

JUROS

As taxas dos contratos de juros futuros operavam em leve queda, impactadas por declarações de Haddad e pelo veto do presidente Lula à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos.

Perto das 12h10, os DIs com vencimentos em jan/25 e jan/27 recuavam 2,0 pontos-base e 2,5 pbs, respectivamente, a 10,47% e 10,35%. O vértice para jan/31 caía 2,0 pbs, a 10,98%.

O veto de Lula à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos desagradou a empresários e sindicatos, que dizem que a medida coloca empregos em risco. O veto foi uma vitória para Haddad, pois a renúncia com a desoneração no setor privado foi estimada em cerca de R$9,4 bilhões pelo Ministério da Fazenda. Hoje cedo, em coletiva de imprensa, Haddad falou que o impacto aos cofres públicos é de R$25 bilhões até 2027.

O veto de Lula colabora para o cumprimento do objetivo de déficit primário zero no ano que vem, o que impacta as taxas de juros futuros. No entanto, em entrevista à GloboNews mais cedo, o senador Efraim Filho (União Brasil), autor do projeto de lei da desoneração, declarou que buscará apoio parlamentar para a derrubada.

A alta dos rendimentos das Treasuries americanas freia uma queda mais acentuada dos vértices brasileiros. Perto das 12h10, os títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em dez anos subiam 6,2 pbs, a 4,478%.

CÂMBIO

O dólar operava em leve queda ante o real, em dia de enfraquecimento da divisa americana no exterior. Ainda persiste a visão de que dados mais benignos de inflação nos EUA devem frear a alta de juros no país.

Perto das 12h10, o dólar à vista caía 0,29%, a R$4,8898, e o dólar futuro, 0,37%, a R$4,892.

A moeda americana segue com o desempenho mais fraco em relação a divisas pares, como ocorreu ao longo da semana. Em uma cesta de 23 moedas acompanhada pela Mover, o dólar cedia perante 18 perto das 12h10. O Índice DXY caía 0,36%, aos 103,39 pontos.

(LB + FJ | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)