Por: Leandro Tavares
Os mercados europeus operam sem direção definida no último pregão da semana, refletindo as mais recentes divulgações dos PIBs na região, e de olho na política econômica do Banco do Japão. Nos Estados Unidos, os futuros sobem após balanços da noite anterior e à espera de indicadores.
Na Alemanha, a maior economia da região, o PIB do segundo trimestre ficou estável, frustrando o consenso que esperava crescimento de 0,10%. Já na Espanha e na França, a atividade avançou, mas trouxe sentimentos difusos. No primeiro, a alta foi de 0,40%, mas a expectativa era maior, de 0,60%. No segundo, a expectativa de 0,10% foi superada, com um avanço de 0,40% do PIB. Por fim, a confiança do consumidor na zona do euro continua no campo negativo, de -15,10, em linha com o esperado pelo mercado.
Por lá, o investidor ainda aguarda pela divulgação, às 9h00, do índice de preços ao consumidor alemão. O consenso do mercado projeta uma variação de 0,30% no dado mensal de julho.
Na Ásia, os mercados fecharam o pregão desta sexta-feira em queda, reverberando a decisão do Banco do Japão de manter os juros básicos da economia em -0,10%. Por outro lado, o BOJ fez ajustes na forma como controla sua curva a termo de juros, o chamado Yield Curve Control.
“O Banco continuará a permitir que os rendimentos dos JGB de 10 anos flutuem na faixa de cerca de mais e menos 0,5 pontos percentuais do nível alvo, enquanto conduzirá o controle da curva de rendimento com maior flexibilidade, considerando os limites superior e inferior da faixa como referências, não como limites rígidos, em suas operações de mercado.” Investidores entenderam que o BOJ fez um ajuste frouxe no YCC, o que fez disparar os bonds japoneses e gerou volatilidade no yen.
Nos EUA, a expectativa é pela divulgação dos números da Exxon Mobil e P&G, antes da abertura do mercado, com o consenso esperando lucro por ação de US$2,04 e US$1,32, respectivamente.
Às 9h30, ainda serão divulgados os dados de renda pessoal e gastos pessoais de junho, que têm consensos de 0,50% e 0,40%, nesta ordem. Além disso, os investidores vão conhecer os dados de inflação de junho, assim como o custo de mão de obra. Às 11h00, será divulgada a confiança do consumidor de Michigan de julho, que tem consenso de 72,6 pontos.
No Brasil, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulga, às 8h00, a sondagem de serviços de junho e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de julho, no qual o consenso espera uma variação de 0,71%. Às 8h30, será a vez do resultado nominal do setor público de junho.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h00, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), com o mais recente levantamento sobre a empregabilidade no país. O consenso projeta um desemprego de 8,20% no trimestre terminado em junho.
No âmbito corporativo, a Usiminas é a única a divulgar o balanço nesta sexta-feira, antes da abertura do mercado. O consenso estima lucro líquido de R$270,3 milhões. A Vale, por sua vez, divulgou o resultado do segundo trimestre na noite de ontem. No período, a mineradora teve lucro líquido de US$892 milhões, abaixo do TC Consenso que estimava US$2,09 bilhões.
No mercado de commodities, os futuros do minério de ferro negociados em Dalian, na China, derreteram nesta sexta-feira, com baixa de 2,68%, a 834,50 iuanes, ou US$116,52 por tonelada, diante das dúvidas sobre novos estímulos chines na economia. Já o petróleo tipo Brent operava em queda de 1,00%, a US$83,40.
Ontem, o Ibovespa fechou em baixa, mas acima dos 119 mil pontos, em movimento de correção e pressionado pelas ações de Petrobras e Vale. No mercado de câmbio, o dólar encerrou em alta, diante da expectativa pela continuidade do ciclo de aperto monetário nos EUA e na Europa.
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MERCADOS GLOBAIS
Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 subiam 0,24%, 0,43% e 0,77%, respectivamente.
O Índice Stoxx Europe 600 caía 0,26%, enquanto o índice alemão DAX tinha queda de 0,09% e o britânico FTSE-100 subia 0,21%.
O dólar americano sobe em comparação aos pares. O DXY tinha alta de 0,03%, a 101,730 pontos. No geral, as moedas operam majoritariamente em alta, com exceção do peso mexicano, que cai 0,74%.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operam em queda de 0,67%, à espera de indicadores econômicos.
Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong subiu 1,41%, enquanto o Xangai Composto subiu 1,84%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, caiu 0,40%, após decisão do BOJ de manter a taxa de juros em -0,10%.
O Bitcoin tinha queda de 1,23% nas últimas 24 horas, a US$29.206,00; o Ethereum caía 0,95% no mesmo período.
MERCADOS LOCAIS
Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir o pregão em queda, com os investidores digerindo o resultado da Vale e de olho na atividade econômica mundial. O índice tem suporte na mínima em 116.700 pontos e primeira resistência pouco acima de 121 mil pontos.
Câmbio: O dólar futuro deve abrir oscilando, mesmo movimento visto ontem, após decisões de políticas monetárias, enquanto aguarda dados americanos.
Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de alta. Os juros futuros nos EUA operam sem baixa, à espera de indicadores que serão divulgados nesta manhã .
DESTAQUES
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse que zerar o déficit fiscal em 2024 é desafiador, porém factível. Para ela, que falou com jornalistas nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem até oito “cartas na manga” para obter receitas a mais e cumprir a promessa de enviar até 31 de agosto a peça orçamentária com déficit zero. (Mover)
Tebet ainda afirmou que o Ministério da Fazenda terá um corte de R$2,6 bilhões no Orçamento de 2024. Segundo ela, também houve um corte de 30% das despesas discricionárias do Ministério do Planejamento e Orçamento. (Mover)
O custo de novos projetos de energia renovável estabilizou-se em novo patamar, mais elevado, com a demanda aquecida mantendo a pressão sobre o setor após uma disparada de custos vista depois da pandemia e da guerra na Ucrânia, disse à Mover a presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum. Na comparação com 2020, as empresas de geração eólica têm relatado saltos de 30% a 40% no orçamento necessário para colocar de pé uma nova usina. (Mover)
O Banco Central Europeu (BCE) elevou os juros pela nona vez consecutiva na quinta-feira, embora tenha lançado a possibilidade de uma pausa em setembro, à medida que a inflação mostra sinais de pressões e aumentam os temores envolvendo uma potencial recessão na zona do euro. (Reuters)
O Dow Jones encerrou em queda, interrompendo uma sequência de 13 ganhos consecutivos, na mais longa sequência de ganhos observada desde 1987, com os investidores repercutindo a decisão de juros do Federal Reserve e dados acima do consenso da economia americana. (Mover)
Fundos de investimentos brasileiros alcançaram o patamar de US$322 bilhões de ativos no exterior, dois meses antes da entrada em vigor do novo marco que permitirá uma exposição de fundos de varejo de até 100% no exterior. A legislação atual limita essa parcela a 40% para investidores qualificados e 20% para pessoas físicas, mas gestores já se antecipam à nova legislação. (Valor)
A mineradora Vale anunciou ontem um acordo com a Manara Minerals, uma joint venture entre a Ma’aden e o Public Investment Fund (PIF) da Arábia Saudita, e também o fundo americano ativista Engine No.1, para venda de 13% do negócio de metais básicos. O investimento avalia a Vale Base Metals em US$26,5 bilhões.
A Vale também reportou resultados ontem, com lucro líquido abaixo das expectativas no segundo trimestre. A segunda maior produtora de minério de ferro do mundo somou ganhos de US$892 milhões entre abril e junho ante US$2,09 bilhões previstos pelo TC. O lucro foi inferior ao do primeiro trimestre, de US$1,8 bilhão, e bem abaixo dos U$4 bilhões de um ano atrás, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira.
Pátria chama cotistas para dar fim à pior aposta de sua história. Cota de fundo que investia em shopping centers no interior do país ficou negativa depois de venda de ativos pela gestora. (Estadão)
Petrobras ‘descola’ do preço internacional e acelera importação de combustíveis. Estatal reduz em 20% valor no Brasil e dispara compras do exterior para suprir demanda. (O Globo)