Por: Patricia Lara
O Ibovespa recuava na manhã desta sexta-feira, em um movimento de acomodação após a recepção favorável dos investidores ao anúncio do novo arcabouço fiscal ontem e uma sequência de cinco altas consecutivas. A bolsa brasileira caminha para fechar o trimestre em queda de mais de 5%. Os papéis do setor Financeiro resistem em alta, enquanto a Vale opera perto da estabilidade. As bolsas americanas sobem e caminham para fechar o trimestre em alta, com a inflação medida pelo índice de Gastos com Consumo Pessoal (PCE) abaixo do esperado.
Perto das 11h09, o Ibovespa cedia 0,69%, a 102.961 pontos, aprofundando as perdas em relação ao início do dia. As ON da B3(B3SA3) e da Ambev (ABEV3) caíam caíam 3% e 2,90%, respectivamente, e retiravam cerca de 200 pontos do índice. As ON Hapvida (HAPV3) respondiam pela maior queda percentual, cedendo 7,50%, ampliando as perdas no mês para cerca de 42%.
Em dia de alta dos juros futuros no Brasil, as PN do Itaú (ITUB4) subiam 1,58% e lideravam o ganho dos papéis de grandes bancos em pontos no índice do setor Financeiro, que subia 0,29%, perto das 11h19.
Notícias Relacionadas
Juros pós-Copom
Curva de juros dispara após Copom, com mercado pressionando por novas altas
São Paulo, 19/9/2024 – Os vértices da curva de juros disparavam mais de 27 pontos-base nesta quinta-feira, em reação ao comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), com operadores pressionando o colegiado por novas altas da Selic e aceleração do ritmo de aperto, enquanto agentes de mercado também citavam preocupações fiscais embutidas no […]
Em linha com previsto pelo mercado
Copom eleva Selic em 25 pbs, a 10,75%; ritmo de ajuste dependerá da ‘dinâmica da inflação’
São Paulo, 18/9/2024 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 25 pontos-base, a 10,75% ao ano, em decisão unânime e em linha com o previsto pela maior parte do mercado, pontuando que o ritmo de ajustes futuros na taxa básica […]
Após anunciar a nova proposta fiscal ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem uma agenda extensa nesta sexta-feira em São Paulo, que inclui reuniões com economistas de gestoras e bancos. Ontem, a divulgação do novo projeto trouxe leituras divergentes por agentes de mercado, com questionamentos sobre as projeções de superávit e dúvidas sobre o controle de gastos, mas, ainda assim, fez acenos para a responsabilidade fiscal pelo governo, o que foi bem recebido por investidores e se refletiu no desempenho da bolsa.
As ON da Vale (VALE3) cediam 0,61%, a R$81,31. A mineradora informou há pouco que não foi notificada de decisão judicial, após o G1 noticiar que a Justiça Federal determinou que a Vale e a BHP depositem judicialmente R$10,3 bilhões para garantir o cumprimento de programas, projetos e ações em execução pela Fundação Renova, criada para a reparação de danos causados pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015. A alta de 1,2% do contrato de minério mais negociado para maio na bolsa chinesa de Dalian amortecia a queda do papel.
Nos Estados Unidos, o núcleo do PCE subiu 0,3% em fevereiro, abaixo do consenso de 0,4%, e animava as bolsas. Perto das 11h25, o S&P 500 subia 0,46%, o Dow Jones, 0,43% e o Nasdaq, 0,57%. Até o fechamento de ontem, o S&P 500 acumulava uma alta de 5,5% no primeiro trimestre, e o Nasdaq, de 14,8%, mesmo após o ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve e a crise bancária após o colapso do Silicon Valley Bank.
