Bolsas americanas caem de olho em política monetária e dados fracos na China; ações brasileiras recuam

B3 está fechada nesta quinta (7); confira os mercados internacionais

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Por Luca Boni

Os principais índices acionários em Wall Street operam em queda nesta quinta-feira (7). Investidores reagem a novos dados fracos vindos da China e também aos pedidos semanais de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que sinalizaram resiliência no mercado de trabalho americano e voltaram a reforçar o temor de que a taxa de juros pode permanecer mais alta por mais tempo.

Perto das 10h50, o Dow Jones, o S&P500 e o Nasdaq 100 recuavam 0,10%, 0,48% e 1,14%, respectivamente. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez e dois anos operavam em queda de 0,8 e 2,7 pontos-base, a 4,280% e 4,999%, na sequência. O Índice Dólar DXY avançava 0,25% aos 105,10 pontos, no maior nível em seis meses.

O ETF EWZ, fundo listado que replica o desempenho do Ibovespa em Nova York, segue o mau humor dos mercados globais e cai 0,88%. Já os recibos de ações brasileiras, ou ADRs, mais líquidos também cedem, com destaque para Petrobras, Vale e Itaú, em baixa de 1,64%, 2,06% e 0,47%, respectivamente – no Brasil, os mercados estão fechados pelo feriado do Dia da Independência.

Na China, dados da balança comercial mostraram que as importações e exportações voltaram a cair em agosto, embora os números tenham vindo melhores do que o esperado – o que mostra uma possível estabilização na desaceleração da economia do país.

No entanto, o crescimento da China continua muito abaixo do que os economistas previram no início deste ano, quando o governo abandonou as restrições da pandemia causadas pela Covid-19, o que mantém o sentimento de cautela.

Agentes de mercado também avaliam os números de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que atingiram o nível mais baixo desde fevereiro e mostraram a resiliência do mercado de trabalho americano, mesmo que outros dados recentes apontem para um enfraquecimento.

Em um momento de cautela já predominante, o indicador joga dúvidas sobre o espaço que o Federal Reserve terá para tirar as taxas de juros americanas de um patamar restritivo, com chance de um novo aumento residual nos juros ainda este ano, visto que uma economia segue resiliente pode potencialmente se refletir na inflação.

No âmbito corporativo, destaque para as ações da Apple negociadas na Nasdaq, que recuam mais de 4% e caminham para registrar a maior queda desde setembro de 2022. Os papéis reagem a notícias de que a China pretende ampliar a proibição do uso de iPhones em empresas e agências estatais.