Por: Bruna Narcizo
A participação do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em um almoço com membros da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo na tarde desta segunda-feira em São Paulo deixou os industriais com os ânimos mais calmos, disseram ao Scoop três participantes do encontro.
“O saldo foi positivo. Ele admitiu que quer trabalhar com a indústria e não está nos tratando como inimigos, ele verbalizou explicitamente que vamos fazer juntos. Estamos do mesmo lado”, disse um deles.
Diferentemente do encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que evitou assumir posições firmes e foi visto pelos empresários como alguém com pouca autonomia dentro do governo, Marinho respondeu perguntas sobre temas espinhosos, como reforma trabalhista e uberização dos postos de trabalho.
“Isso se dá por conta da relação umbilical do Marinho com o presidente Lula. A gente pode até não concordar em tudo com ele, mas ele é maduro e tem mais autonomia que o Haddad, sem dúvida. E a vantagem é que não tem imposição disso ou daquilo”, disse outro participante, que não quis descrever quais seriam os temas que não existe um consenso com o que foi explanado hoje.
Marinho afirmou que está criando grupos de trabalho para discutir temas como a reforma tributária e a uberização. Ele também criticou o que chamou de sucatização do FAT, o Fundo de Amparo ao Trabalhador, que é mantido pelo FGTS.
“Precisa acabar com o saque aniversário do FGTS. Mas qualquer decisão será tomada em conjunto com os trabalhadores e as empresas. O governo vai funcionar como um mediador”, disse o ministro hoje na Fiesp.
As declarações foram recebidas de maneira positiva. “A minha avaliação é de que ele foi bem. Tratou os temas de forma correta. Não acredito que teremos surpresas, como agendas para retroceder os avanços da reforma trabalhista aprovada no governo Temer”, afirmou um terceiro industrial.