Por: Luciano Costa
As ações da Magazine Luiza (MGLU3) despencaram mais de 22,8% e lideraram o Ibovespa em perdas percentuais no pregão desta terça-feira, após a companhia ter divulgado ontem um balanço que frustrou a maior parte das projeções de analistas de bancos de investimento.
As ON da Magalu despencaram 22,83% na B3, a R$3,38. O recuo é o maior em um dia desde novembro de 2021, e as ações projetam volume de negociação de R$1,16 bilhões, quase o triplo da média de 50 pregões, de R$434 milhões.
A maior empresa de comércio varejista do Brasil registrou prejuízo líquido de R$391 milhões no primeiro trimestre, em desempenho bem pior que o consenso Mover, de -R$140 milhões.
“Magazine Luiza frustrou nossas estimativas, que eram abaixo do consenso, da primeira à última linha do balanço”, escreveu em relatório a equipe do Itaú BBA, liderada por Thiago Macruz, destacando o impacto de itens não recorrentes, como a reintrodução doreintrodução do DIFAL (Diferencial de Alíquota do ICMS), que pesou sobre a margem da companhia, além do pior resultado financeiro.
O resultado operacional dado pelo EBITDA ficou 5,5% abaixo das projeções do Itaú BBA, enquanto a margem EBITDA ajustada ficou em 4,9%, ou 0,2 ponto percentual menor que o previsto pelo banco.
O time do Santander Corporate & Investment Banking, chefiado por Ruben Couto, viu o EBITDA 10% abaixo de suas projeções e do consenso, projetando reação negativa ou neutra do mercado aos números.
O desempenho da varejista foi prejudicado pelo ambiente macroeconômico desafiador, com queda de 14% nas vendas de e-commerce no Brasil entre janeiro e março, na comparação anual. Ainda assim, a Magalu conseguiu expandir o volume bruto de vendas total, VGV, em 10% ano a ano, com alta de 14% no Valor Geral de Vendas (VGV) digital.
Tanto Santander quanto Itaú BBA têm recomendações “neutras” para as ON da Magazine Luiza, com preços-alvo de R$2,80 e R$3,20 para o final do ano, respectivamente.