Haddad vê desafios para isentar quem ganha R$ 5 mil do IR

Ministro promete isenção para faixa de R$ 4 mil

Pixabay
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Por Sheyla Santos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira que vê espaço no orçamento para isentar contribuintes que ganham até R$4 mil por mês após o Congresso aprovar a Reforma do Imposto de Renda no segundo semestre.

“O presidente nos colocou um desafio grande sobre o Imposto de Renda”, disse Haddad em entrevista à Rádio CBN, ao lembrar de promessas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha para isenção do IR para quem ganha até R$5 mil.

Haddad disse que, para aumentar a isenção para R$3 mil está fácil, porque recentemente o governo já conseguiu elevar a faixa de isenção. Desde o dia 1º de maio, o governo subiu a insenção para salários de até R$2.112, com um desconto mensal na fonte de R$528, o que totaliza isenção para até dois salários-mínimos, ou R$2.640. A alteração foi feita por meio da mesma Medida Provisória 1.171 que tributa rendimentos de aplicações feitas no exterior por pessoas físicas residentes no Brasil.

Para subir de R$3 mil para R$4 mil, contudo, Haddad disse que isso vai exigir um esforço maior, mas a viabilidade por meio da reforma do IR, que será endereçada ao Congresso no segundo semestre.

Com relação a isenção para quem ganha até R$5 mil, o chefe da Fazenda afirmou não ter hoje uma resposta pronta sobre a viabilidade da medida, mas afirmou que estuda esse cálculo para atender a um desejo do presidente Lula. “É desafiador atingirmos esse patamar, mas temos tempo. É um pedido do presidente”.

Segundo Haddad, corrigir toda a tabela do IR custaria aos cofres públicos R$100 bilhões. É possível, contudo, de acordo com o ministro, oferecer ao contribuinte um desconto nos rendimentos e assim fazer com que ele seja menos tributado ao mesmo tempo em que há uma redução de custo para o erário público.

“Cai mais ou menos à metade o custo para chegarmos nesse patamar. A faixa de isenção hoje é R$ 2.112, mas com o desconto chegamos a um valor maior para o contribuinte. São cálculos da Receita Federal”, explicou.