Por Luciano Costa e Artur Horta
O Ministério de Minas e Energia (MME) criou um grupo de trabalho para analisar a sustentabilidade das concessões das distribuidoras de energia Light (LIGT3), Enel Rio e Amazonas Energia, o que abre perspectivas de uma possível solução para problemas financeiros das empresas, segundo avaliação de analistas do Safra.
O movimento do governo vem após a Light ter pedido recuperação judicial, listando dívidas de R$11 bilhões, por dificuldades para rolar dívidas com credores devido à proximidade do vencimento de seu contrato para prestação dos serviços de energia no Rio de Janeiro.
“A iniciativa é relevante, pois pode dar saída para essas concessões, e talvez mais à frente tornar os ativos atrativos para fusões e aquisições”, disse o Safra em nota a clientes obtida pela Mover.
“Empresas como Equatorial, Energisa (ENGI11), entre outras, poderiam ter novas opções de crescimento, caso esses ativos se tornem viáveis, a depender do resultado do estudo”, afirmou a equipe do banco especializada em energia.
Segundo fontes, a Equatorial (EQTL3) chegou a demonstrar apetite por um potencial aquisição da Light, mas uma eventual operação pela empresa só seria considerada após uma definição sobre as condições de renovação da concessão.
Formado por membros do governo e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o GT terá 90 dias para apresentar um relatório com propostas de medidas.
Depois de despencarem com a recuperação judicial da companhia, chegando a tocar R$1,92 em abril, as ações da Light agora acumulam salto de 73% no ano, impulsionadas por expectativas de que a companhia conseguirá um acordo sobre seus passivos e para renovação da concessão.
Nesse meio tempo, a empresa ainda atraiu um novo sócio, o empresário Nelson Tanure, que se tornou o maior acionista e costurou a indicação de um novo conselho. O novo momento gera entre os principais acionistas da Light, incluindo o megainvestidor Ronaldo Cezar Coelho, uma “grande confiança” na recuperação da companhia “nos próximos dois anos”, disse à Mover uma fonte com conhecimento da visão dos investidores.