Juros futuros longos fecham em queda, mas risco local limita recuo

Ao fim da sessão regular, o DI com vencimento em Jan/25 subia 2 pontos-base, a 12,86%

Agência Brasil
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Por: Clara Guimarães

Os contratos futuros de juros longos fecharam em queda nesta sexta-feira no Brasil, influenciados pelo alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, mas a cautela com o cenário local, em meio às críticas do governo ao Banco Central, limitou um recuo ainda maior.

Ao fim da sessão regular, o DI com vencimento em Jan/25 subia 2 pontos-base, a 12,86%; o de Jan/27 recuava 3 pontos-base, a 13,22%; o de Jan/29 perdia 5 pontos-base, a 13,57%; e o de Jan/31 operava em queda de 4 pontos-base, a 13,73%. Às 16h30, o dólar futuro cedia 0,19% na B3, a R$5,229.

A queda foi amparada pelo alívio dos yields. Por volta das 16h30, o Treasury yield de dez anos recuava 10 pontos-base, a 3,973%, e o de dois anos – mais sensível à política monetária – caía 3 pontos-base, a 4,867%.

Apesar do recuo, os contratos futuros de juros na B3 fecharam longe das mínimas do dia, com a cautela com o cenário local limitando as perdas. Hoje, a Legacy Capital, uma das principais gestoras de recursos do Brasil, anunciou que está vendendo sua posição em Notas do Tesouro Nacional atreladas à inflação (NTN-Bs), por acreditar que há riscos significativos de intervenção do governo nos preços de serviços e produtos com reajustes definidos por contratos ou regulados pelo setor público, também chamados de preços administrados.

Ontem, em entrevista à rádio BandNews, o presidenmte Luiz Inácio Lula da Silva disse que “o país não pode ser refém de um único homem”, referindo-se ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. Lula também teceu críticas ao nível elevado das taxas de juros, e afirmou que a Petrobras poderia ter distribuído metade dos dividendos aos acionistas no ano passado e aplicado a outra metade em investimentos.

“Sem dúvida, o tom das críticas feitas ontem à noite por Lula, que foram mais duras do que vinham sendo, deixou o investidor ainda mais receoso”, avaliou o economista da GT Capital, Rodrigo Azevedo.