Por: Clara Guimarães
Os contratos de juros futuros fecharam em queda nesta terça-feira no Brasil, em linha com os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, após o indicador de salários nos Estados Unidos vir abaixo do esperado e aliviar o temor de um aperto monetário mais agressivo na véspera da decisão de juros no país.
O DI com vencimento em janeiro de 2025 encerrou em queda de 11 pontos-base, a 12,805%; o de Jan/27 caiu 13,5 pontos-base, a 12,785%; o de Jan/29 recuou 14 pontos-base, a 12,97%; e o de Jan/31, 15 pontos-base, a 13,05%. Perto das 16h35, dólar futuro recuava 0,90% na B3, a R$5,101.
Segundo o economista da Garde Asset, Daniel Weeks, o índice de custo de empregos nos EUA do quarto trimestre de 2022 abaixo do consenso contribuiu para a queda dos juros e levou os yields dos Treasuries a atingirem os menores níveis da sessão. Também por volta das 16h35, os rendimentos dos Treasuries de dez anos recuavam 3,1 pontos-base, a 3,52%.
“Além disso, temos, no cenário doméstico, falas de Haddad que agradaram o mercado e colaboram para o otimismo de hoje”, afirmou o analista de investimentos Rodrigo Cohen, citando a afirmação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de que a Reforma Tributária planejada pelo governo não deve implicar em aumento de impostos.
A sessão também refletiu a expectativa com as decisões de juros nos EUA e Brasil. Segundo Cohen, uma alta de 25 pontos-base das Fed Funds amanhã é consenso. “A expectativa em relação à desaceleração da elevação de juros na reunião de amanhã traz euforia e animação”, explicou
No Brasil, a projeção é de manutenção da taxa Selic em 13,75%, segundo todas as 16 casas de análises consultadas pela Mover. As atenções estarão voltadas ao comunicado do Banco Central, que deve avaliar a piora das expectativas de inflação à luz de declarações polêmicas do governo em relação à meta de inflação.