Por: Eduardo Puccioni, Luca Boni e Giovanni Porfírio
Segue o resumo dos mercados e os principais fatos e notícias que motivaram investidores na manhã desta terça-feira.
JUROS
Os contratos de juros futuros acentuaram queda na manhã de hoje, com a baixa nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano e do dólar aqui e no exterior, diante dos sinais de arrefecimento da inflação americana na véspera da decisão do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos. O mercado segue atento ainda ao noticiário político interno e na reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com a Federação Brasileira de Bancos, a Febraban.
Hoje tem início o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que deve manter inalterada a taxa básica de juros Selic amanhã, confirmando a expectativa do mercado, que buscará sinais no comunicado sobre como os membros do comitê avaliam a deterioração das expectativas de inflação.
Por volta das 12h30, o DI/25, o mais líquido, recuava 7 pontos-base, a 12,84%, enquanto o DI/27 cedia 9 pontos-base, a 12,82%. O DI/31 recuava 10 pontos-base, a 13,10%.
“Aqui no Brasil existe uma dúvida sobre se o Banco Central deveria ou não fazer um ajuste residual na Selic. A expectativa é de que mantenha, mas com os dados de inflação ainda em patamar elevado acendeu a luz amarela dos analistas de mercados, trazendo a dúvida sobre se deve ou não iniciar o reajuste da taxa de juros”, disse Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest.
CÂMBIO
O dólar futuro opera em queda após dado de custo de emprego nos Estados Unidos reforçar a expectativa de que o Federal Reserve pode reduzir o ritmo de alta de juros no país.
O índice de custo de emprego nos Estados Unidos subiu 1,0% no quarto trimestre ante terceiro trimestre de 2022, abaixo do consenso de 1,1%, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho
O Brasil se torna atrativo diante da taxa básica de juros básica em 13,75%, que serve de ímã a fluxo de entrada de estrangeiros no país. Hoje, também é dia de formação da Ptax, com a tradicional “briga” entre compradores e vendedores.
“O impacto para câmbio se deve ao patamar elevado da Selic, com juros em 13,75% e os Estados Unidos reduzindo o ritmo de aumento por lá, nós temos um diferencial de juros positivo para câmbio, o que acaba atraindo o fluxo de estrangeiro para câmbio” diz a economista da Ourinvest.
Por volta das 12h30, o dólar futuro recuava 0,66%, negociado a R$5,114 na B3. O índice Dólar DXY, cesta que mede o desempenho da moeda americana frente aos seus pares, operava perto da estabilidade, com ligeiro recuo de 0,03%. No mesmo horário, o real era a moeda que mais se valorizava ante 22 divisas acompanhadas pela Mover no mercado offshore. Em janeiro, o dólar futuro caminha para encerrar com queda de 4,38%.
BOLSA
A Bolsa avançava impulsionada pela recuperação das ações do setor bancário e em sintonia com os ganhos em Wall Street.
O Ibovespa subia 0,93%, aos 113.316,76 pontos, perto das 12h43.
O setor financeiro se recuperava em um movimento de ajuste, devido às perdas registradas ao longo das últimas semanas. Na segunda-feira, analistas do Itaú BBA divulgaram um relatório citando preocupação com os próximos resultados do setor, corroborando para o sentimento negativo que paira em relação a ações das instituições financeiras desde a eclosão da crise da Americanas.
Os papéis preferenciais do Itaú e ordinárias da Weg contribuíam com 232 pontos no índice Bovespa. Já na ponta negativa, as ações ordinárias da JBS e da Vale desidratavam o índice em cerca de 120 pontos.
Em termos percentuais, as maiores altas são dos papéis ordinários da Dexco e da Hapvida, que subiam 6,67% e 6,38%, na ordem. As maiores quedas são das ações ordinárias de Assaí e da JBS, que caíam 4,81% e 3,49%, respectivamente.
As ações da Vale perdiam 0,46% por volta do mesmo horário, antes de dados de produção da mineradora, que serão divulgados após o fechamento do pregão. A companhia precisa alcançar produção de 83 milhões de toneladas de minério de ferro no quarto trimestre de 2022 para cumprir sua própria meta anual revisada, de 310 milhões de toneladas.
EXTERIOR
Os principais índices de Wall Street operam em alta com o mercado consolidado para a desaceleração do aumento da taxa de juros nos EUA no encontro do Federal Reserve amanhã.
O foco recai sobre a entrevista coletiva do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após a possibilidade de um discurso mais “hawkish” ter limitado os ativos na segunda-feira.
Perto das 12h30 o índice S&P500, Dow Jones e o Nasdaq 100 registravam ganhos de 0,53%, 0,17% e 0,77% na mesma ordem.
A temporada de balanços nos EUA segue a todo vapor com destaque para os resultados do Spotify. A companhia que oferece serviços de streaming de música reportou um aumento anual no número de usuários no seu balanço do quarto trimestre de 2022.
As ações da empresa subiam 8,86% cotadas a US$108,86, perto das 12h48. a previsão otimista para o próximo período.