Juros caem com deflação no IGP-M e falas de Campos Neto; dólar sobe

As taxas de juros dos títulos americanos têm quedas generalizadas

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Por: Patricia Lara

As taxas dos contratos de juros futuros abrem em queda acentuada, após sinais de alívio das pressões inflacionárias na sequência de comentários ontem do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Segundo ele, o cenário econômico brasileiro “está clareando” e a inflação “parece que vai engrenar uma melhora, ainda que lenta”.

Por volta de 9h35, os DIs com vencimento em Jan/24 cediam 2,5 pontos-base, a 13,19%. O DI Jan/25 recuava 7,0 pontos-base, a 11,43%, enquanto os DIs com vencimento em Jan/33 estavam em queda de 5 pontos-base, a 11,63%.

Divulgado pela Fundação Getúlio Vargas, o IGP-M caiu 1,84% em maio, após queda de 0,95% no mês anterior. O consenso apontava deflação de 0,45%. O componente Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que é o subgrupo de maior peso dentro do IGP-M, teve queda de 2,72% em maio, após recuo 1,45% em abril. A deflação de -2,72% foi a maior de sua série histórica, segundo a FGV.

O índice de preços ao produtor no Brasil, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou deflação de 0,35% em abril, ante março, menor que o esperado pelos analistas, que estimavam recuo de 0,48%. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice registrou a maior queda da série histórica, com -4,63%, abaixo do consenso que imaginava recuo de 3,4%.

Após o feriado nacional Memorial Day nos Estados Unidos, as taxas de juros dos títulos americanos têm quedas generalizadas. A taxa para 10 anos cedia 6 pontos-base, a 3,713%. O mercado segue acompanhando a votação no Congresso do acordo selado para elevar o teto da dívida americana. O Ibovespa futuro avançava 0,49%, aos 111.435 pontos.

Aqui, os operadores vão acompanhar ainda debate que reunirá o secretário executivo do Ministério da Fazenda e indicado para a diretoria de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. O evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico ocorre a partir das 10h00.

O dólar ganhava força frente ao real nos primeiros negócios desta terça-feira, descolando do movimento de baixa do Índice Dólar DXY, influenciado pelo ambiente favorável ao risco no exterior. A moeda americana subia 0,22%, a R$5,0299. Já o dólar futuro subia 0,26%, negociado a R$5,033.