Por Bruno Andrade
O Itaú (ITUB4) e o Santander (SANB11) negaram que ocultaram as operações do risco-sacado da Americanas junto com a varejista, mostram duas notas enviadas à imprensa na noite de terça-feira (13).
Na véspera, o atual presidente da empresa, Leonardo Coelho Pereira, estava na CPI da Americanas e revelou com detalhes sórdidos a forma como a gestão de Miguel Gutierrez fraudava o balanço.
Dentro de várias modalidades, Pereira mostrou que o Itaú e o Santander ocultavam em suas cartas e notas para as auditorias que a varejista fazia o risco-sacado. O Itaú reconheceu que alterou o modo como reportava o risco-sacado da empresa, mas a instituição financeira disse que não ocultou as transações.
O maior banco da américa latina disse que foram excluídas as operações contratadas por fornecedores, uma prática que começou a ser adotada pelo mercado naquele momento.
Todavia, a instituição passou a colocar no documento que fazia antecipação de recebíveis emitidos contra a empresa. “O dado permitia que as empresas de auditoria conhecessem sua existência e questionassem sobre seu saldo, caso necessário”, afirmou a empresa.
A instituição financeira ainda atacou a Americanas, dizendo que a empresa busca encontrar culpados com atitudes “levianas”.
“O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é responsabilidade exclusiva da companhia e de seus administradores. É leviano atribuir a terceiros a responsabilidade pela fraude, confessada pela companhia ao mercado no dia de hoje”, disse o banco.
Santander bate em Americanas
O Santander também não mediu as palavras para se defender da companhia. A empresa disse que a varejista já disse que ela fraudava o balanço por meio de sua antiga gestão.
“Isso, por si só, comprova taxativamente que a única e exclusiva responsabilidade pelas ‘inconsistências contábeis’ é da Americanas, por intermédio da sua antiga diretoria”, afirmou o banco.
A companhia comentou ainda que as cartas de circularização são apenas uma entre muitas fontes de auditoria e que sempre informou integralmente todos os saldos das operações da companhia no Sistema Central de Risco, mantido pelo Banco Central, que inclusive poderia ser fonte de auditagem.