Por Luca Boni
O Ibovespa fechou a sessão desta segunda-feira (21) em queda, com a maior parte das ações que compõem o índice no campo negativo. O mercado local sofreu com o sentimento de aversão ao risco vindo do exterior, após o corte de juros menor do que o esperado na China e os rendimentos de títulos do Tesouro americano atingirem máximas em 16 anos.
O Ibovespa fechou em queda de 0,85%, aos 114.429 pontos, a 14ª desvalorização nos últimos 15 pregões. A sessão teve volume de R$14,3 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.
Na madrugada, o Banco Popular da China (PBoC) informou a redução na taxa de empréstimos de um ano, porém, menor do que as expectativas do mercado. O banco central chinês também anunciou que a organização de medidas para prevenir e neutralizar riscos em áreas centrais do setor financeiro do país, diante de crescentes preocupações com o setor imobiliário. A lenta recuperação do gigante asiático vem adicionando cautela nos mercados globais nos últimos dias.
Nos Estados Unidos, o Treasury yield de dez anos atingiu o maior patamar desde novembro de 2007 – o movimento ocorreu devido às apostas crescentes no mercado de que o banco central americano deverá optar por novas altas na taxa de juros ainda neste ano.
Segundo o analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, o mercado deve ficar em “compasso de espera” até o final da semana, quando o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, irá discursar no simpósio anual da autarquia em Jackson Hole, Wyoming.
“O mercado aguarda sinalizações sobre as próximas decisões de juros nos EUA, além de novos indicadores econômicos. Justamente o sentimento de incerteza que está sobre o mercado é o que traz medo e faz com que a bolsa caia em um ambiente de aversão a riscos”.
Entre as ações do Ibovespa, a maior parte operou no campo negativo. As maiores detratoras do índice foram as ON da Eletrobras e as ON e PN da Petrobras recuaram 2,25%, 0,99% e 0,70%, respectivamente.
As maiores quedas percentuais foram das ON da IRB Brasil, do Carrefour e da YDUQS, que desvalorizaram 9,24%, 4,14% e 3,86%, respectivamente.
Em uma sessão predominantemente negativa para o mercado acionário, apenas 14 dos 86 ativos que compõem o Ibovespa avançaram. Destaque para as ON da Petz, da Magazine Luiza e as PN da Cemig que subiram 2,45%, 1,67% e 1,67%, na sequência.