Por Luca Boni
O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (28) em leve alta, após um pregão sem direção definida e com o volume mais baixo da semana. As ações da Petrobras (PETR4) impulsionaram o movimento do índice no dia, enquanto as da Vale (VALE3) foram destaque negativo. O Ibovespa fechou em queda de 0,16%, aos 120.187 pontos. Na semana, o índice acumulou uma leve queda de 0,02%. A sessão teve volume de R$14,9 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.
Nos EUA, foi divulgado o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE). O dado veio levemente abaixo das expectativas na base anual e em linha na base mensal, no menor nível em quase dois anos, reforçando a trajetória de desinflação na economia americana em relação ao mês anterior.
Por aqui, o investidor também acompanhou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que apresentou deflação em julho, em linha com o consenso, enquanto a taxa de desemprego no segundo trimestre chegou a 8%, abaixo do consenso. Os dados mostram que o país segue com uma atividade mais firme e com um mercado de trabalho resiliente, embora a inflação siga perdendo terreno – o que reforça a possibilidade de corte de juros por aqui.
No âmbito corporativo, destaque para as ON e PN da Petrobras, que avançaram 1,69% e 1,26%, na mesma ordem, recuperando parte das perdas registradas ontem.
Na ponta oposta, as ações de mineradoras e siderúrgicas recuaram, em linha com a queda do minério de ferro na China. Segundo o analista da Quantzed, Leonardo Piovesan, a commodity caiu com notícias de possíveis novos cortes de produção de aço por siderúrgicas na China, um movimento que sinaliza “uma menor demanda de minério de ferro”.
As ON da Vale, da CSN, as PN da Gerdau e as PNA da Usiminas recuaram 3,96%, 2,18%, 0,34% e 5,34%, respectivamente. O Índice de Materiais Básicos caiu 1,04%, sendo o único a ceder entre os índices setoriais da B3.
De acordo com Piovesan, as ações da Vale também foram pressionadas, pelo resultado do segundo trimestre, “um resultado misto, mas em geral com números abaixo do esperado”. “Apesar da previsão [de atingir a meta de produção de minério de ferro], houve pressão de custos que jogaram os resultados para baixo.”
No caso da Usiminas, o analista destaca que a empresa divulgou um resultado abaixo do esperado, com um forte aumento em sua alavancagem. Além disso, houve uma postergação da entrega do Alto Forno III, “um investimento relevante e que foi postergado para setembro, o que não foi bem visto pelo mercado”.