Ibovespa opera estável apesar de pressão externa com Payroll nos EUA; Suzano dispara

Perto das 10h30, o índice de referência da B3 subia 0,04%, aos 110.183 pontos

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Por: Gabriel Brondi

O Índice Bovespa opera próximo à estabilidade na manhã desta sexta-feira, enquanto os futuros americanos operam em firme queda após o desemprego nos Estados Unidos atingir mínima desde 1969. O payroll acima do consenso realimenta o temor do mercado para uma taxa inflação mais alta, e consequentemente, reacende o alerta dos investidores sobre até que ponto o Federal Reserve pode levar a taxa básica de juros americana.

Perto das 10h30, o índice de referência da B3 subia 0,04%, aos 110.183 pontos. Os papéis ordinários da Vale e Suzano, além das preferenciais da Petrobras contribuíam como principais influências positivas em pontos, em mais de 180 pontos. Entre os destaques negativos em pontos, figuravam as ações ordinárias da Rede D´Or e Localiza. Em percentual, as ações da Suzano disparavam 7%, enquanto as da Locaweb cediam 6,24%. No exterior, os futuros dos principais índices americanos recuavam mais de 1%, em média.

Nesta manhã, o relatório de emprego urbano dos Estados Unidos, conhecido como Payroll, mostrou crescimento da criação de empregos em janeiro. O dado é divulgado após o Banco Central americano desacelerar o ritmo de alta da taxa básica de juros para 25 pontos-base. Segundo os dados, os EUA criaram 517 mil vagas no mês passado acima das 185 mil projetadas, segundo consenso Mover. A taxa de desemprego caiu para 3,4%, ante o consenso das projeções, que era de 3,6%. Com o resultado, a taxa de desemprego nos Estados Unidos chega ao menor patamar desde 1969.

No mercado interno, o contrato com vencimento para janeiro de 2025 tinha taxa de 13,18%, em alta de 12 pontos-base, enquanto o vencimento para janeiro de 2031 tinha taxa de 13,33%, em alta de 17 pontos-base.

Além do tom mais duro do Comitê de Política Monetária do BC nesta semana e do payroll mais forte nos EUA, os contratos de juros futuros seguem avançando após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar a chamar de “bobagem” a lei que garantiu a autonomia do Banco Central, argumentando que a autarquia era independente durante seus mandatos anteriores.

“Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão (Campos Neto) terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o banco central independente”, disse Lula, em entrevista ontem à noite à RedeTV. Ainda em suas falas, Lula afirmou que não está na sua pauta uma mudança na autonomia do BC, mas sim da taxa de juros. Ele sinalizou ainda que pode concorrer à reeleição e que a inflação de 4,5% e 4% está de bom tamanho se a economia crescer.

Perto das 11h25, os futuros do petróleo tipo Brent, subiam levemente, ainda que caminhem para a segunda semana de queda semanal. Na China, o minério de ferro prolongou a queda na semana na Bolsa chinesa de Dalian à medida em que os investidores ponderam a perspectiva de demanda do país asiático.