Por Luca Boni
O Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira (13) em queda, em correção após uma sequência de sete altas consecutivas. Dados positivos do exterior, como a desaceleração da inflação ao consumidor nos EUA e cortes das taxas de juros de curto prazo na China, até animaram o investidor pela manhã, mas não foram o suficiente para manter o índice no positivo.
O Ibovespa recuou 0,51%, aos 116.742 pontos, revertendo os ganhos registrados em boa parte do pregão. A sessão teve volume de R$21,3 bilhões, acima da média de 50 pregões.
Mais cedo, foi divulgada a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que desacelerou em maio acima do esperado. Segundo o economista e fundador da Eu Me Banco, Fabio Louzada, o CPI trouxe dados que agradaram o mercado, apesar do núcleo ainda se mostrar resiliente.
“Amanhã, acredito que o Fed deve trazer uma manutenção nos juros, mas indicando que acompanhará de perto os próximos dados a serem divulgados e deixando claro a possibilidade de novas elevações de juros, se necessário”, afirmou.
Nos destaques do dia, as ON e PN da Petrobras recuaram 0,27% e 0,54%, na sequência, em movimento de correção após terem operado em máximas históricas nas últimas sessões e acumulado alta superior a 40% no ano.
Em uma sessão predominantemente negativa, só 19 ativos dos 86 que compõem o Ibovespa avançaram. As ON da CVC, da Lojas Renner e da Méliuz perderam 6,90%, % e 5,13%, respectivamente, entre as maiores quedas do Ibovespa.
Do lado das altas, as ON da Vale subiram 1,06% e impediram uma maior desvalorização do índice. O desempenho aconteceu em linha com os contratos do minério de ferro, que subiram na bolsa chinesa de Dalian na madrugada após a China anunciar redução nas taxas de juros de curto prazo para fomentar a economia.
As ON da PRIO, da Embraer e as Units do Santander avançaram 3,62%, 2,08% e 1,61%, na mesma ordem, liderando as altas do índice.
Na cena política, em um julgamento sobre a incidência de impostos federais de PIS/Cofins sobre receitas financeiras de bancos, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou votos favoráveis ao governo. Embora o julgamento não tenha sido finalizado, ele já indica uma vitória para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pois o Tesouro acredita que os bancos deverão pagar cerca de R$115 bilhões ao governo por impostos não recolhidos.
No aguardo de desdobramentos do tema, as ações dos grandes bancos operaram todo o pregão e fecharam o dia sem direção definida.