Ibovespa cai levemente com maior aversão ao risco no exterior após corte de juros pelo Copom

Acompanhe o fechamento do mercado nesta quinta (3)

B3
B3

Por Luca Boni

O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (3) em leve queda, contaminado pelo cenário de maior aversão ao risco vindo do exterior. A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de reduzir a Selic em 50 pontos-base, a 13,25% ao ano, e uma série de balanços corporativos também influenciaram a sessão.

O Ibovespa fechou em queda de 0,23%, aos 120.585 pontos, pelo terceiro dia consecutivo. A sessão teve volume de R$20,7 bilhões, acima da média de 50 pregões.

Segundo o gestor da Cardinal Partners, Marcelo Audi, apesar do sentimento de euforia visto no início do pregão com a notícia da decisão mais agressiva que o esperado pelo Copom e a indicação de mais cortes de mesma magnitude para as próximas reuniões, não foram o suficiente para firmar o movimento de alta no Ibovespa.

“O que pressionou e contaminou o índice, na sessão de hoje foram as preocupações de curto prazo no cenário externo, principalmente com o downgrade do rating soberano dos EUA pela Fitch, o que gera preocupação entre os investidores”, afirmou Audi.

No âmbito corporativo, entre as maiores detratoras por pontos, destaque para as ON da Eletrobras e da Ambev, que recuaram 5,15% e 2,79%, na sequência.

De acordo com o analista fundamentalista da Quantzed, Leonardo Piovesan, as ações da Eletrobras caíram forte na sessão de hoje por conta da notícia de que a usina nuclear de Angra 3, da qual é sócia, não foi incluída no PAC do governo do Lula. “Isso pegou muito mal para a empresa.”

Na ponta oposta, as ON da Vale avançaram 0,63% sendo a maior contribuidora do índice, na contramão da forte queda do minério de ferro na China.

As ON e PN da Petrobras avançaram 1,42% e 1,28%, na mesma ordem, em linha com o avanço dos contratos futuros do petróleo Brent, que subiram mais de 2%. Ontem o presidente da estatal, Jean Paul Prates, escreveu na plataforma X – antigo Twitter – que o atual cenário de preços internacionais do petróleo, com pressão de alta, “exige serenidade e equilíbrio”.

As ON da Dexco, da PRIO e da Suzano subiram 5,27%, 4,22% e 3,65%, respectivamente, entre as maiores altas percentuais do Ibovespa. As empresas divulgaram resultados que agradaram o mercado.