Ibovespa cai após Copom adotar tom mais duro em comunicado; dólar sobe

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Por Luca Boni e Fabricio Julião

O Ibovespa recuava e operava próximo da mínima do dia, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 13,75% ontem à noite e o Banco Central adotar um tom mais duro que o esperado em relação ao afrouxamento da política monetária no comunicado. As ações da Petrobras e de outras blue chips pressionavam o índice, em uma manhã predominantemente negativa no exterior.

Por volta das 12h15, o Ibovespa recuava 1,79%, aos 118.269 pontos, em movimento de correção. O volume de negócios projetado para hoje é de R$16,7 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

Para o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, o comunicado do BC veio como “uma ducha de água fria” para o mercado, que esperava uma sinalização para o início dos cortes na Selic. Ele projeta que as chances de o Copom cortar os juros em 0,25 pontos-base na próxima reunião de agosto são de 70%.

As ON e PN da Petrobras caíam 1,91% e 1,88%, respectivamente, e eram as principais detradoras por pontos do índice. As ações da estatal recuavam em linha com a queda de mais de 3% do contrato futuro do petróleo Brent hoje, pressionado pelo aumento do temor por uma recessão global, devido ao ambiente de juros mais alto nas maiores economias mundiais.

As ações do setor Financeiro também pressionavam o Ibovespa. As PN do Itaú, do Bradesco e as ON da B3 perdiam 1,52%, 2,78% e 2,39%, na mesma ordem. O Índice Financeiro recuava 2,03%. Entre as maiores quedas percentuais figuravam as ON da Magazine Luiza, da Via e da IRB, que cediam 6,65%, 6,51% e 5,06%, na sequência.

Em uma sessão predominantemente negativa para o mercado acionário, apenas um dos 86 ativos que compõem o Ibovespa operavam no campo positivo: as ON da BB Seguridade, que avançavam 0,26%.

Câmbio

O dólar oscilava ante do real, em dia de fortalecimento da moeda americana perante seus pares. Com o recuo acentuado do Ibovespa, a taxa de câmbio não conseguia sustentar o mesmo movimento de queda da divisa dos últimos dias.

Por volta das 12h15, o dólar à vista subia 0,22%, a R$4,7740. Já o dólar futuro avançava 0,26% no mesmo horário, a R$4,781.

Em uma cesta de 22 moedas acompanhadas pela Mover, o dólar americano cedia apenas para cinco. O Índice DXY – que mede a variação da moeda dos EUA em comparação com seus pares fortes e com mais liquidez – avançava 0,24%, aos 102.322 pontos.