Por Bruno Andrade
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), criticou o formato com que as metas de inflação são definidas, em entrevista à CBN nesta sexta-feira (05).
O ministro comentou que o melhor para o país seria seguir a meta contínua e abandonar a meta calendário.
“Penso que a meta contínua é muito melhor que a meta-calendário. Meta calendário é quando se diz que a inflação em 2024 tem que ser de 3%. A meta contínua é que a inflação brasileira tem que ser de 3% e o Banco Central desenha a trajetória de atingir esses 3%, que pode ser em 2025, por exemplo”, comentou Haddad.
O ministro comentou também que essa seria a melhor saída, pois ela “não desorganiza a economia”, disse.
No final de abril, o criador das metas de inflação, Armínio Fraga, comentou em entrevista exclusiva ao Faria Lima Journal (FLJ), que a meta contínua seria uma boa solução em relação à meta calendário.
“O ano calendário serve apenas para disparar a carta. Estando acima (ou abaixo!) da meta, serve para sinalizar o prazo desejado para a convergência. Com a política monetária não age instantaneamente, com frequência a meta do ano calendário raramente é cumprida no final do ano. O que importa é que na média a meta seja atingida”, disse Fraga ao Faria Lima Journal (FLJ) no final de abril.
O ministro de Lula também disse que o arcabouço fiscal deve ser aprovado no Congresso. Segundo Haddad, o marco fiscal é um projeto de Estado.
Além disso, ele comentou que a aprovação da proposta é crédito do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Quem avalizou a transição foram Pacheco e Lira. Os dois presidentes das duas Casas estão separando assuntos de governo do que é assunto de Estado”, explicou Haddad.