Goldman prevê última alta de juro nos EUA em julho, contrariando projeções do Fed

Entenda os argumentos do banco sobre o tema

Reuters News Brasil
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Por Gabriel Ponte

Após a decisão do Federal Reserve de manter inalterado o juro básico dos EUA, o Goldman Sachs projeta que a autoridade monetária americana faça uma última elevação da taxa na decisão de julho, contrariando a mediana das estimativas dos dirigentes do Fed.

Segundo o Goldman, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) deverá elevar os juros em 0,25 ponto percentual ao fim de julho, para o nível terminal entre 5,25% e 5,50%. O Goldman também não aposta em uma segunda elevação dos juros, após julho, a despeito de reconhecer que o presidente do Fed, Jerome Powell, abriu espaço na coletiva de imprensa para a leitura de que o banco central pode optar por altas alternadas da taxa básica no segundo semestre deste ano.

Embora não esteja em seu cenário-base, o Goldman entende que uma elevação da mediana de projeções para o nível terminal dos juros em 2023, em conjunto com as falas de Powell, tornam provável uma alta adicional dos juros na reunião do FOMC de novembro, precedido por uma manutenção da taxa básica em setembro.

Em coletiva ontem, Powell reiterou que a maioria dos membros do FOMC vê novos aumentos dos juros neste ano como apropriados, na esteira dos riscos de alta da inflação nos EUA. Os membros do Fed inseriram em suas projeções individuais a perspectiva de mais duas altas de 0,25 ponto percentual ainda neste ano, surpreendendo os investidores. 

De acordo com as projeções do Fed, a maioria dos membros da autoridade projeta que a taxa de juros atingirá o nível terminal de 5,60% ao fim deste ano, ante 5,10% nas projeções de março.