Por Erick Matheus Nery
Em meio ao escândalo da fraude contábil na Americanas (AMER3), ex-executivos da empresa estão negociando um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ). Nesta terça (15), o procurador José Maria de Castro Panoeiro comentou sobre a negociação em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o caso da varejista.
Panoeiro não citou o nome dos ex-executivos e argumentou que a iniciativa da delação partiu deles. “O que nós visualizamos por hora é a possibilidade de delito de associação criminosa diante do múltiplo compartilhamento de condutas para determinar como é que se escamoteavam auditorias, como é que se fazia para que não houvesse divulgação adequada, como é que se escolhia o resultado a ser divulgado”, destacou o procurador.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, as negociações com o Ministério Público estariam sendo feitas por dois ex-executivos: a ex-superintendente de controladoria da empresa Flavia Carneiro, e o ex-diretor financeiro Marcelo Nunes. Este último já teria assinado a delação, de acordo com a publicação.
Na CPI, Paoneiro foi questionado sobre uma eventual participação na fraude dos acionistas de referência da Americanas (Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira). O representante do MPF respondeu que essa é uma das “grandes perguntas” da investigação e que, pela sua experiência, os controladores só seriam alcançados pelo trabalho de apuração com alguma prova concreta ou o depoimento de um dos diretores da varejista.
Confira o depoimento de Panoeiro na CPI da Americanas: