Fed prevê supervisão mais dura para bancos após falência do SVB

Fed irá revisitar regras que se aplicam às instituições com mais de US$ 100 bi em ativos

Facebook/Federal Reserve
Facebook/Federal Reserve

Por Gabriel Ponte

O Federal Reserve prometeu nesta sexta-feira uma supervisão mais severa e endureceu as regras para o setor Bancário, após a falência do Silicon Valley Bank em março.

Em relatório gerencial divulgado mais cedo, o banco central americano apontou que o monitoramento do Silicon Valley Bank era “inadequado” e os padrões regulatórios considerados “muito baixos”. Segundo o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr, a falência do SVB também mostrou que há fraquezas na regulamentação e na supervisão da autarquia que devem ser resolvidas.

Ainda segundo o relatório, o Fed irá revisitar o escopo de regras que se aplicam às instituições com mais de US$100 bilhões em ativos, o que envolverá testes de estresse e requisitos de liquidez.

Barr também sugeriu que a autoridade monetária poderá requerer capital adicional ou liquidez, além de limitar recompras de ações e o pagamento de dividendos por companhias que sejam consideradas com planejamento de capital e gerenciamento de risco inadequados.

O relatório apontou que no momento da falência, o SVB possuíam 31 citações não resolvidas sobre segurança e solidez, o triplo do registrado pelos pares no setor. O documento, indiretamente, também culpabilizou a abordagem adotada pelo vice-presidente de supervisão do Fed entre 2017 e 2021, Randal Quarle, que em 2018 flexibilizou o regulamento para instituições regionais e de médio porte.

Barr apontou no relatório que o Fed irá reavaliar como supervisiona e regula a gestão de riscos de liquidez de taxas de juros bancos. Ele também defendeu mudanças para melhorar “a velocidade, força e agilidade” da supervisão, como, por exemplo, a exigência que os bancos elevem capital rapidamente se houver deficiências de gestão.

A divulgação do relatório gerencial ocorre em um momento no qual autoridades regulatórias americanas coordenam reuniões emergenciais para resgatar o First Republic Bank, já que até o momento os esforços do setor privado para salvar o banco regional não alcançaram um consenso.