Ibovespa cai em movimento de ajuste com exterior de olho em Jackson Hole

Confira o fechamento dos mercados brasileiros nesta quinta (24)

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Por Luca Boni

O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (24) em queda, em linha com as bolsas americanas e em movimento de ajuste, pressionado principalmente pelas ações da Vale e do setor de bancos. Com uma agenda de indicadores econômicos esvaziada, investidores estão atentos para o início do simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos.

O Ibovespa fechou em queda de 0,94%, aos 117.025 pontos, próximo da mínima do dia. A sessão teve volume de R$14,2 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

Segundo o head de renda variável da A7 Capital, Andre Fernandes, a queda do Ibovespa foi uma correção técnica, já que o índice avançou mais de 3% em duas sessões, recuperando toda a desvalorização dos últimos dias.

“Outro ponto que impactou o mercado foi a cautela entre os investidores, que calibraram suas expectativas para o Simpósio de Jackson Hole amanhã, em que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, irá discursar e poderá dar pistas de como será a trajetória da política monetária americana”, completou Fernandes.

Entre as ações, a maior parte da “blue chips” encerrou em queda. As ON da Vale, da B3 e as PN do Bradesco recuaram 1,33%, 3,59% e 2,40%, respectivamente, e foram as maiores detratoras do Ibovespa. Os Índice Financeiro (IFNC) e de Materiais Básicos (IMAT) lideraram as quedas entre os índices da B3.

Entre as maiores baixas percentuais figuraram as PN da Azul, da Gol e as ON do Grupo Soma, que se desvalorizaram 5,31%, 4,57% e 3,96%, na sequência.

As ON e PN da Petrobras operaram sem direção definida e encerraram com perdas de 0,25% e 0,16%, respectivamente. A estatal recebeu recomendações de ‘compra’ do BTG Pactual e do Bank of America nos últimos dias. Hoje foi a vez do UBS fazer o mesmo e definir preço-alvo em R$42,00 para as PN da petroleira em 2024.

As PN da Raízen tiveram a maior alta percentual do Ibovespa hoje e fecharam com valorização de 3,32%. Segundo Fernandes, isso ocorreu em meio à notícia de que a Índia, maior produtora de açúcar do mundo, vai proibir a exportação da commodity devido à falta de chuvas, que prejudicou a produção no país, e focar no abastecimento do mercado interno.