Dólar sobe após tombo de ontem; DIs sobem, com incertezas sobre fiscal e inflação

Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 0,95%, a R$4,8984

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Por: Fabricio Julião

O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira, assim como as taxas dos contratos de juros futuros, estas impactadas por incertezas sobre a situação fiscal brasileira e por receios de que o aumento na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) em alguns estados impacte a inflação do ano que vem. 

Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 0,95%, a R$4,8984. 

Em uma cesta de 23 divisas acompanhada pela Mover, a moeda americana caía perante dez, perto das 17h. O Índice DXY subia 0,16%, aos 103.601 pontos.

O dólar iniciou o dia enfraquecido, valorizando apenas frente às moedas de países emergentes como o real, o peso mexicano e o peso argentino.

A moeda americana ganhou fôlego antes da divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), às 16h. Os diretores do Federal Reserve destacaram que uma nova alta de juros pode ocorrer se o progresso obtido com o aperto monetário se mostrar insuficiente – apesar de o mercado ter precificado o fim das altas de juros desde a última reunião do comitê.

Na cena local, os DIs encerraram em alta, impactados por receios com a situação fiscal. Mais cedo, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (UB), afirmou a jornalistas que seu parecer será concluído até amanhã e entregue com a meta fiscal prometida pelo governo federal, de déficit zero.

Investidores também temem que a intenção dos estados do sul e do sudeste de aumentar a alíquota do ICMS para 19,5% respingue na inflação de 2024. Conforme manifestaram em carta conjunta enviada ao Congresso, governadores das regiões informaram que a medida seria uma resposta aos efeitos negativos da Reforma Tributária nos estados.

Segundo a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, o aumento da alíquota do ICMS pode elevar em 8 a 10 pontos-base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, o que justificou o movimento mais acentuado dos vértices brasileiros.

Os DIs com vencimentos em jan/25 e jan/27 subiram 7,0 pontos-base e 9,5 pbs, respectivamente, a 10,55% e 10,42%. O vértice para jan/31 avançou 8,0 pbs, a 11,03%.

(FJ | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)