Por Fabricio Julião
O dólar fechou em leve baixa ante o real nesta sexta-feira (8), assim como as taxas de contratos dos juros futuros, que recuaram no dia. Apesar do movimento moderado de hoje, os negócios seguem marcados pela aversão ao risco no mercado global, que levou o dólar e os juros a terminarem a semana em tendência de alta.
Ao fim da sessão, o dólar à vista cedeu 0,12%, a R$4,9819. Na semana, porém, a moeda americana acumulou alta de 0,84% ante o real – o segundo avanço semanal seguido.
No exterior, o dólar tinha desempenho sem direção perante seus pares. Por volta das 17h, em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, a moeda americana subia frente a 11.
Moedas emergentes, como o real e o peso mexicano, vêm sendo mais afetadas pelo ambiente de busca por proteção. Entretanto, todas as divisas variaram pouco na sessão de hoje, com investidores à espera de dados de inflação nos Estados Unidos para estimar a trajetória da política monetária por lá.
A expectativa do mercado é de que o Federal Reserve mantenha os juros no intervalo entre 5,25% e 5,50% na reunião deste mês, mas há incertezas quanto às reuniões de novembro e dezembro. A hipótese de que o Fed volte a subir os juros ou mantenha o patamar elevado por mais tempo tem impulsionado o rendimento das Treasuries americanas, principalmente o título soberano de dez anos do Tesouro dos EUA.
Apesar disso, os DIs com vencimentos em jan/24 caíram 3,0 pontos-base hoje, a 12,34%, enquanto os para jan/25 e jan/27 recuaram 6,5 pbs, a 10,65% e 10,47%. O vértice para jan/31, por sua vez, teve baixa de 6,0 pbs, a 11,26%.
“Tivemos certa estabilidade hoje, com leve queda dos DIs, mas o contexto da semana propiciou inclinação na curva por aqui, por conta das expectativas de que os EUA mantenham os juros altos por mais tempo”, afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.
Investidores também observam com preocupação a reação da economia chinesa aos estímulos do governo. Além disso, a perspectiva fiscal no Brasil para o resto do ano continua no radar, principalmente em relação ao difícil cumprimento da meta de zerar o déficit primário em 2024 – uma desconfiança que ainda se reflete na taxa de câmbio e nos DIs.