Por Fabricio Julião
O dólar e as taxas de contratos dos juros futuros caíram firmemente nesta quarta-feira (23), em reflexo da menor aversão ao risco no exterior e do avanço do marco fiscal no Congresso Nacional. Ao fim da sessão, o dólar à vista recuou 1,63%, a R$4,8569.
O real teve o melhor desempenho ante à moeda americana em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover. O dólar perdeu fôlego ao longo da sessão com o maior apetite ao risco dos investidores, o que beneficiou moedas de emergentes. Pares mais fortes, como o euro e a libra, também subiam por volta das 17h, em correção às quedas recentes.
No Brasil, os ânimos foram reforçados na sessão de hoje devido ao fim do imbróglio do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados. Ontem, a Casa aprovou o projeto que substituirá o teto de gastos por 379 votos a favor e 64 contra. Agora, o texto irá à sanção presidencial.
Segundo especialistas, com o andamento da agenda econômica local os bons ventos para o Brasil passam a depender do setor externo. Pela manhã, os índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) da Alemanha, Reino Unido e zona do euro vieram abaixo das expectativas em agosto, o que trouxe certa cautela ao mercado no início do dia.
Os dados contribuem para os receios de um menor crescimento mundial no horizonte, o que levou as taxas de juros futuros a operarem em queda, com a expectativa de arrefecimento dos apertos monetários no mundo. O rendimento das Treasuries americanas de dez anos caía 13,6 pbs por volta das 17h, a 4,192%.
“A mensagem clara dos PMIs de que a economia global perde força alimentou o bom humor do mercado, devido à expectativa de que, com a economia global perdendo fôlego, os bancos centrais poderão desacelerar o freio dos juros, impactando positivamente ativos de maior risco, como ações”, afirmou a economista-chefe da Rico, Rachel de Sá.
Por aqui, os DIs com vencimento em jan/24 e jan/25 recuaram 1,5 ponto-base e 9,0 pbs, respectivamente, a 12,40% e 10,43%. Já as taxas dos contratos para jan/27 e jan/31 tiveram queda de 16,0 pbs e 19,0 pbs, na mesma ordem, a 10,19% e 10,99%.