Dólar cai com alta de commodities e de olho em China; DIs se ajustam sem direção única

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta sexta (18)

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Por Fabricio Julião

O dólar fechou em queda ante o real pela terceira vez consecutiva nesta sexta-feira (18), em dia de agenda esvaziada e ajuste de posições. As taxas dos contratos de juros futuros encerraram sem direção única, com investidores de olho no recuo do rendimento dos títulos do Tesouro americano, enquanto, no mercado doméstico, aguardam o andamento de pautas econômicas no Congresso. Ao fim da sessão, o dólar à vista caiu 0,31%, a R$4,9665.

“Hoje, o dólar chegou a se aproximar dos R$5,00, com bastante vendas de exportadores e um desmonte parcial de posições compradas. No entanto, a taxa de câmbio passou a responder à valorização das commodities pela tarde, que também reflete em ganhos de pares do real, como o peso mexicano e o rand sul africano”, explicou o diretor de câmbio da B&T, Jefferson Rugik.

Os contratos futuros de soja e milho avançaram mais de 1% em Chicago, enquanto o futuro de trigo disparou 8,40%. A aceleração das commodities ocorre em meio às expectativas de melhora na economia chinesa, em razão de possíveis novos estímulos do governo e do banco central do país.

Por volta das 17h00, o dólar depreciava diante de 13 de 22 divisas acompanhadas pela Mover. As moedas emergentes ganhavam terreno frente à americana, enquanto pares mais fortes e líquidos – como o euro, a libra esterlina e o franco suíço – caíam no mesmo horário.

As taxas de juros futuras oscilaram ao longo do dia, sem firmar direção única, e encerraram majoritariamente em baixa. Investidores aguardam o andamento da votação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, prometido pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), para terça-feira. O avanço das pautas econômicas deve trazer previsibilidade às contas públicas e colaborar com o ciclo de quedas da taxa Selic.

Os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 recuaram 0,5 ponto-base e 1,5 pb, respectivamente, a 12,43% e 10,53%. A taxa dos contratos para jan/27 avançou 1,5 ponto-base, a 10,33%, enquanto o vértice para jan/31 teve queda de 1,0 ponto-base, a 11,15%.

“É um movimento que acompanha tanto a queda do dólar quanto das Treasuries, depois de uma semana de cautela”, afirmou a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.