DIs viram no fim e sobem com expectativa sobre alta de juros nos EUA; dólar fica perto da estabilidade

Confira o fechamento dos juros e da Bolsa brasileira nesta quarta (16)

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Por Fabricio Julião

As taxas de contratos dos juros futuros fecharam em alta nesta quarta-feira (16), com a sinalização de que o Federal Reserve pode continuar o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos. O dólar arrefeceu o movimento de queda que vigorou durante a maior parte do dia e fechou perto da estabilidade. 

Ao fim da sessão, os DIs com vencimentos em jan/24 realizaram um voo solo e caíram 1,0 ponto-base, a 12,45%. Dali para frente, tudo subiu. Os vértices para jan/25 e jan/27 avançaram 1,5 pb e 4,0 pbs, respectivamente, a 10,51% e 10,24%. Já a taxa dos contratos para jan/31 encerrou em alta de 5,0 pbs, a 11,09%. 

A curva dos juros futuros encaminhava para fechar em queda, após sucessivas sessões de alta. No entanto, a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), divulgada às 15h, apontou para preocupações dos membros do Fed com a inflação, devido aos indicadores mais fortes que o esperado nos Estados Unidos. Isso impulsionou o rendimento das Treasuries americanas, que, por sua vez, contribuíram para a virada dos DIs por aqui antes do fechamento das negociações. 

“O comunicado do Fomc mostrou que os dirigentes ainda enxergam risco de alta significativos em relação à inflação, o que poderia exigir maior aperto monetário”, afirmou a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. 

O dólar também foi impactado pela ata do Fomc. A taxa de câmbio ensaiava corrigir parte dos avanços sobre o real nos dias anteriores, mas encerrou quase no zero a zero. 

Ao fim da sessão, o dólar à vista fechou em baixa de 0,01%, a R$4,9874.

Com a expectativa de possíveis novas altas de juros nos Estados Unidos, a moeda americana passou a ganhar terreno frente à maior parte de seus pares. Em uma cesta de 22 moedas acompanhadas pela Mover, o dólar apreciava diante de 18, por volta das 17h. O Índice DXY avançava 0,29% no mesmo horário, aos 103.500 pontos. 

Caso o Fed decida aumentar o intervalo da taxa de juros nos EUA, atualmente entre 5,25% e 5,50%, investidores tendem a se inclinar para investimentos no país mais seguro do mundo, que contará com taxas mais atrativas. Dessa forma, o fluxo de capital para países de maior risco, como é o caso dos emergentes, como o Brasil, pode ser afetado, depreciando a taxa de câmbio.