Por Fabricio Julião
As taxas de contratos dos juros futuros fecharam majoritariamente em queda nesta quarta-feira (26), após o Federal Reserve (Fed) aumentar o intervalo dos juros americanos em 25 pontos-base, para 5,25% a 5,50%. O dólar também voltou a cair, depois de ter se ajustado para cima na sessão anterior.
Os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 fecharam em baixa de 3,0 pontos-base e 6,0 pbs, respectivamente, a 12,60% e 10,58%. As taxas dos contratos para Jan/27 tiveram queda de 2,0 pbs, a 10,13%, enquanto os vértices para Jan/31 e Jan/33 encerraram estáveis, a 10,75% e 10,84%, nessa ordem.
A curva de juros operou perto da estabilidade ao longo de todo o dia, com o movimento limitado à espera do comunicado do Fed. Segundo o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, o comunicado do Fed às 15h foi “burocrático” e “sem novidades”, porém, Powell se mostrou pragmatismo no discurso que se seguiu ao comunicado, o que ajudou a acentuar a queda dos DIs e do dólar.
“Powell foi conservador como sempre, deixando aberta a porta para novas altas em setembro e novembro, mas não descartou o fim do aperto monetário, que era o esperado pelo mercado. Caso ele fizesse alguma sinalização nesse sentido, acredito que uma possível leitura seria de leniência com a inflação, que não está controlada ainda por lá. Isso faria com que os rendimentos das Treasuries subissem e nossos DIs seguissem o movimento de alta”, explicou o economista.
Segundo Borsoi, as negociações de commodities devem ditar o ritmo da curva de juros por aqui nos próximos dias. Caso haja maiores detalhamentos sobre os estímulos chineses à economia e os contratos de materiais básicos subirem, os vértices da curva podem ficar pressionados e “sem gordura para queimar”.
O dólar cedeu ante o real nesta quarta-feira, com a taxa de câmbio impactada pelas sinalizações de Powell de que o Fed não prevê mais uma recessão este ano. Agentes financeiros também refletiram a revisão da classificação de crédito da Fitch Ratings sobre o Brasil de “BB-” para “BB”, o que incentiva a realização de investimentos no país.
Ao fim da sessão, o dólar à vista fechou em queda de 0,48%, a R$4,7281. A moeda brasileira ganhou força junto de outros pares de países emergentes, como o peso mexicano. No dia anterior, o dólar apreciou frente ao real e quebrou uma sequência de três baixas consecutivas, com movimento comprador da moeda após o rompimento do patamar de R$4,75.